1 - Informações Gerais

Estas informações destinam-se a responder às perguntas mais frequentes de pacientes a serem submetidos à cirurgia cardíaca.

Esperamos que estas informações permitam que você tenha uma visão geral de todo o processo envolvido neste tratamento médico.

1.1 - Qual a Função do Coração?

O coração é um órgão com quatro cavidades musculares que se encontra por baixo e para a esquerda do osso esterno. Sua função principal é bombear o sangue rico em oxigênio para nutrir todas as partes do corpo. O coração bombeia cerca de quatro litros de sangue por minuto em repouso e de 10 a 15 litros durante o exercício.

O sangue que nutriu o corpo retorna pelo lado direito (átrio) do coração. Então é bombeado (ventrículo) para os pulmões, onde ocorre a troca gasosa, liberando o gás carbônico e recebendo oxigênio. O sangue rico em oxigênio retorna ao coração pelo lado esquerdo (átrio) e é bombeado (ventrículo) para o todo o corpo, fechando o ciclo da circulação sanguínea.

O maior trabalho de bombeamento do coração é feito pela câmara inferior esquerda, chamado de ventrículo esquerdo. Esta ação de bombeamento é repetida 60 a 100 vezes por minuto e cada contração cardíaca (sístole) é contada como uma pulsação.

Existem quatro válvulas no coração que agem como portas, permitindo o sangue fluir apenas em um sentido. São elas: tricúspide (regula a passagem do sangue do átrio direito para o ventrículo direito), pulmonar (regula a passagem do sangue do ventrículo direito para o pulmão via artéria pulmonar), mitral (regula a passagem do sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo) e aórtica (regula a passagem do sangue do ventrículo esquerdo para a aorta que distribui para todo o corpo).

Como todos os órgãos do corpo, o coração requer sangue rico em oxigênio e nutrientes. Este sangue rico nutre o músculo cardíaco (miocárdio), permitindo que ele realize o seu trabalho. O sangue rico em oxigênio é fornecido ao músculo cardíaco por uma rede de vasos sanguíneos chamados artérias coronárias.

As duas principais artérias coronárias são a coronária direita e esquerda que estão situadas na superfície do coração. Estas coronárias se ramificam num sistema de artérias menores, de modo que cada parte do coração é suprido de sangue.

A artéria coronária direita e seus ramos fornece suprimento sanguíneo para a parte (parede) da frente (anterior) e parte de trás (posterior) do lado direito do coração (ventrículo direito), bem como a parte inferior do lado esquerdo do coração (ventrículo esquerdo). A artéria coronária esquerda se divide em artéria descendente anterior, que irriga o septo e a parede lateral do ventrículo esquerdo; e a artéria circunflexa, que segue o seu caminho posteriormente (por detrás) entre átrio e o ventrículo esquerdo irrigando a parede posterior (por detrás) do coração (ventrículo esquerdo).

O corpo inteiro depende do correto funcionamento do coração. Doenças e anormalidades das válvulas ou dos próprios vasos sanguíneos (artérias coronárias) pode diminuir a função do coração.

1.2 - Quais são os riscos da cirurgia do coração?

Toda cirurgia cardíaca apresenta riscos (complicações) inerentes a um procedimento de grande porte. Vários fatores contribuem para o aumento do risco em uma cirurgia cardíaca. Esses fatores variam de acordo com cada indivíduo (doenças prévias) e dependem da extensão da própria doença cardíaca.

O seu cirurgião irá conversar com você sobre os riscos a serem considerados para a sua cirurgia.

Nota: Os riscos estão descritos no TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO, que você deve assinar antes da cirurgia.

2 - Principais Doenças

2.1 - Doença Arterial Coronária

2.1.1 - O que é doença arterial coronariana?

A doença arterial coronariana é um progressivo espessamento (aumento da espessura) das paredes das coronárias, devido a aterosclerose (depósito de colesterol, gordura e cálcio). O espessamento da parede causa estreitamento do diâmetro da artéria diminuindo o fluxo de sangue necessário para nutrir o músculo do coração.

Podemos comparar este processo com o entupimento dos canos que saem da pia da cozinha, nos quais a gordura e resíduos se acumulam e impedem a passagem do fluxo de água. O fluxo sanguíneo pode diminuir (progressivamente, até cessar), provocando o infarto do miocárdio, que é uma situação de alto risco.

2.1.2 - O que causa a doença arterial coronariana?

Algumas causas (fatores de risco) tem sido identificadas e associadas com a doença arterial coronariana. Estes fatores de risco são classificados como mutáveis (podem ser controlados) e imutáveis (não podem ser controlados). São eles:

2.1.2.1 – Fatores de riscos mutáveis:

- Fumo (tabagismo);

- Pressão sanguínea alta;

- Colesterol alto;

- Altos níveis de glicose;

- Obesidade;

- Sedentarismo;

- Estresse.

2.1.2.2 - Fatores de riscos imutáveis:

- História familiar de doença arterial coronariana;

- Gênero (o masculino é mais propenso);

- Idade;

- Diabetes.

Durante a sua estadia no hospital você vai ser informado sobre as formas de reduzir os riscos de doença arterial coronariana, enfocando os fatores de risco mutáveis (podem ser controlados). Além disso, se o seu colesterol ou triglicérides (gorduras no sangue) estão elevados, pode ser tratado com medidas dietéticas, mudanças de hábitos e medicamentos.

A sua saúde e bem estar dependem da sua disposição em adotar as medidas necessárias para prevenir os riscos.

2.1.3 - Quais são os sintomas da doença arterial coronariana?

O principal sintoma da doença arterial coronariana é a angina (dor) no peito. A angina ocorre devido à falta de sangue para o coração (isquemia). Todos podem experimentar a angina de diferentes maneiras. Ela pode ser sentida como dor tipo queimação ou aperto que pode irradiar para a mandíbula, pescoço, costa (dorso), boca do estômago (epigástrio) e braços. Pode se apresentar também como falta da ar (dispneia) ou indigestão.

Normalmente a angina pode ser provocada por estresse, exercício ou excitação, exposição ao frio, ou depois de comer uma refeição pesada, quando o coração tem de trabalhar mais. A angina pode ocorrer em repouso, indicando uma doença mais grave.

As mulheres frequentemente têm sinais diferentes de doença coronariana do que os homens. Elas podem somente notar aumento na fadiga, diminuição da tolerância à atividade física ou dores nos dentes. Estes sintomas podem indicar uma doença coronariana mais grave, que deverá ser investigada.

Se o fluxo de sangue estiver gravemente restringido (artéria entupida) para uma determinada área do coração, pode resultar em um ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio), o qual representa a morte de uma parte do coração, caso este processo não seja prontamente interrompido. A dor associada com um ataque do coração, ao contrário do ocorre com a angina, não é aliviada com medicamentos (vasodilatadores) e repouso.

Vale ressaltar que, nem sempre a doença arterial coronariana grave causa sintomas perceptíveis. Muitos pacientes podem ter um ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio) sem sentir nada (assintomáticos).

2.1.4 - Por que tenho de colocar ponte de safena?

Seu médico recomendará a cirurgia de ponte de safena (revascularização do miocárdio ou cirurgia de coronária) quando a dor ou outros sintomas não mais puderem ser controlados por medicamentos e mudanças no estilo de vida.

Você poderá estar com um estreitamento (obstrução) crítico nas artérias do coração, provocando uma diminuição do fluxo de sangue para uma grande área do coração, colocando sua vida em risco.

2.1.5 - Como são transpassadas as obstruções nas artérias coronárias?

O cirurgião vai transpor o local de obstrução na artéria coronária, por meio de uma ponte de veia safena, e desta forma permitir que o fluxo sanguíneo adequado chegue a área do coração que está em risco. Vale ressaltar que não é possível retirar as obstruções (entupimentos) nas coronárias.

Estes procedimentos podem ser comparados a uma rodovia que foi obstruída, onde foi necessário se construir um desvio (caminho alternativo) para que se continue o fluxo de carros. Assim, o fluxo de trânsito pode continuar utilizando o desvio feito. Comparativamente, na ponte de safena, o desvio é feito conectando uma ponta do segmento de enxerto (veia safena) na aorta (via principal), com a outra ponta do enxerto conectada depois do ponto de obstrução, na parte sadia da artéria coronária afetada.

A cirurgia de coronárias é realizada utilizando-se vários tipos de enxertos como a veia safena, artéria radial, artéria mamária interna (direita e esquerda) e outros.

A veia safena é retirada da face interna das pernas e inserida entre a aorta e a coronária afetada, transpassando a área obstruída e conectando numa área sadia da coronária afetada.

A artéria mamária interna (direita ou esquerda), também é utilizada como enxerto. Ela é retirada da parede interna do tórax e conectada a coronária afetada. Ela é considerada, por muitos estudos, como o melhor enxerto na cirurgia de coronária.

Muita das vezes não se pode utilizar uma ou duas artérias mamárias, devido a alto grau de osteoporose do osso esterno, insuficiência do fluxo, diâmetro muito fino e doença aterosclerótica.

Se você tem um stent implantado na artéria afetada, ao se colocar uma ponte com enxerto não se retira o stent. A ponte é conectada depois do stent, na área sadia da artéria.

2.1.6 - Como funcionará os músculos do meu tórax sem a artéria mamária? Será que o meu músculo peitoral funcionará sem a artéria mamária?

Remover a artéria mamária interna para uso como enxerto no coração não tem mostrado causar qualquer prejuízo para os músculos do tórax. Alguns pacientes podem sentir dormência no peito, que diminui com o tempo, mas em outros essa dormência pode não desaparecer completamente.

2.1.7 - Minha perna funcionará apropriadamente sem a veia safena?

A remoção da veia safena não irá impedir a circulação de sangue na(s) perna (s). O sangue que anteriormente fluía através da veia safena vai mudar o seu percurso através de outras veias. Isto é conhecido como "circulação colateral". Após a cirurgia, a perna pode apresentar inchaço, que irá diminuir com o passar do tempo.

2.2 - Cirurgia das Válvulas Cardíacas

2.2.1 - Por que minha válvula cardíaca não funciona corretamente?

As válvulas cardíacas nativas podem não funcionar adequadamente devido à doenças congênitas (de nascença) e as adquiridas (doenças infecto-inflamatórias como a febre reumática e doenças degenerativas) que levam a alterações como fibroses (cicatrizes) e calcificações.

Também a função das válvulas pode ser afetada após um infarto agudo do miocárdio.

Existem duas características básicas referentes à doença da válvula:

- Estenose (válvula com restrição) – quando a abertura da válvula se torna menor, permitindo que apenas uma pequena quantidade de sangue passe por ela;

- Regurgitação ou insuficiência (válvula com vazamento) - a válvula não fecha adequadamente e permite que o sangue flua para trás (sentido inverso).

As válvulas cardíacas nativas são compostas por duas ou mais partes (folhetos ou cúspides) de tecido fibroso com espessura bem fina, que agem (se movem abrindo ou fechando) no sentido de deixar passar ou impedir o fluxo sanguíneo.

Os folhetos das válvulas (cúspides), podem aumentar suas espessura (processo inflamatório) tornando-as endurecidas. Este endurecimento pode ser aumentado devido ao depósito de cálcio (calcificação).

Outrossim, os folhetos podem apresentar rasgos pela fragilidade do tecido fibroso (doença degenerativa ou mixomatosa). Geralmente estas válvulas apresentam defeito de abertura (estenose). Também pode ocorrer defeito de fechamento por deformação promovendo regurgitações (insuficiência). Estes problemas configuram as doenças de válvulas cardíacas.

2.2.2 - Como me sinto tendo problema de válvula cardíaca?

Devido a válvula danificada, o coração tem que trabalhar mais intensamente (sobrecarga) para bombear o sangue necessário para todo o corpo. O portador desta doença cardíaca pode se cansar facilmente e sentir falta de ar com pouca atividade ou exercício leve. Você pode experimentar um batimento cardíaco irregular (arritmia) devido ao excesso de dilatação do coração (átrios), que geralmente ocorre na estenose da válvula mitral, ou tonturas com ou sem desmaio, devido à diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro, pela estenose da válvula aórtica.

2.2.3 - Como a minha válvula pode ser consertada?

Dependendo da extensão da sua doença de válvula cardíaca, você pode precisar de reparos (plastia) ou sua substituição (implante de prótese). Para reparar a válvula, o cirurgião pode abrir a área que se encontra fechada (comissurotomia) ou, no caso de deformação grave, necessitar de implante de anel (plastia) ou troca da válvula (implante de prótese).

A comissurotomia é realizada na válvula com estenose. Os folhetos da válvula que se encontram unidos serão separados para liberar a válvula, permitindo que o sangue flua mais facilmente. Outro tipo de reparo da válvula é a plástica ou plastia (anuloplastia), que é conserto (reparo) da área afetada para deixá-la funcionalmente adequada. Se o defeito for grave poderá ser necessário o implante de um anel sintético ou biológico (prótese anular), que é costurado na válvula para suporte e consequentemente resolver o vazamento (regurgitação ou insuficiência).

Muitas vezes, a válvula encontra-se tão danificada que não pode ser reparada. Neste caso, o cirurgião deve substituir a válvula danificada por uma prótese (válvula biológica ou mecânica).

As válvulas biológicas mais utilizadas são feitas à partir de válvulas suínas (porcos) e também de pericárdio (tecido que envolve o coração) de animais (bovinos), recebendo tratamento adequado para uso no corpo humano. As válvulas biológicas geralmente não requerem o medicamento anticoagulante. Pelo fato de serem biológicas, elas têm um determinado tempo de duração. Consequentemente, as válvulas biológicas necessitarão ser retrocadas quando estiverem apresentando mal funcionamento (disfunção).

As válvulas mecânicas são feitas de materiais sintéticos. Elas exigem que o medicamento anticoagulante seja tomado continuamente e são consideradas extremamente duráveis.

O seu cirurgião irá discutir com você, antes da cirurgia, sobre a necessidade de reparo ou troca da válvula, bem como o tipo de válvula (biológica ou mecânica) que é indicada no seu caso específico.

2.3 - Aneurismas da Aorta

2.3.1 - O que é um aneurisma e porque é importante?

A palavra "aneurisma" significa dilatação de um vaso sanguíneo, que pode ser localizada (em uma região específica) ou de forma difusa, podendo ocorrer em qualquer parte ou órgão do corpo. Quando ocorre um aneurisma na aorta, que é o maior vaso sanguíneo no corpo, ele é chamado aneurisma torácico. Quando é localizado na aorta abdominal é chamado aneurisma abdominal.

Quando um vaso sanguíneo apresenta protuberâncias, abaulamentos ou dilatações, sua parede torna-se fina e tensa. Dependendo do tamanho do aneurisma e/ou de sua velocidade de crescimento, a porção afetada da parede do vaso está em perigo de romper ou rasgar, podendo originar a chamado “aneurisma dissecante da aorta”. Esta é uma situação de emergência com risco da vida.

Antes de acontecer (para prevenir) o aneurisma dissecante é necessário corrigir a dilatação da aorta (aneurisma verdadeiro) cirurgicamente, substituindo a porção doente da aorta por um tubo (enxerto) de material sintético.

2.3.2 - O que provoca o aneurisma da aorta?

- Aterosclerose (endurecimento das artérias);

- Pressão arterial alta crônica ou sem tratamento;

- Fumo (tabagismo);

- Lesão por trauma (por exemplo: acidente automobilístico);

- Doenças congênitas (de nascença);

- Doenças adquiridas (por exemplo: síndrome de Marfan, síndrome de Loeys-Dietz, sífilis, etc.).

Estas são condições que têm o potencial para enfraquecer a parede do vaso sanguíneo, permitindo que ele se dilate ao longo do tempo.

2.3.3 - Quais são os sintomas do aneurisma da aorta?

Aneurismas geralmente não causam sintomas até que eles se tornem muito grandes. Eles são frequentemente encontrados durante um exame de rotina.

Quando um aneurisma é suficientemente grande, pode causar sinais e sintomas, como: protuberância no peito, dor nas costas, palpitações, tonturas, fadiga , rouquidão ou falta de ar.

Forte e súbita dor nas costas (dorso) geralmente ocorre como sintoma de ruptura do aneurisma. Isto se caracteriza como uma situação emergencial.

2.3.4 - Como os aneurismas da aorta são descobertos ou diagnosticados?

Os grandes aneurismas podem ser vistos em radiografia do tórax. Eles também são detectados por exames tais como: a tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ecografia. Estes exames também ajudam a determinar a localização exata e o tamanho do aneurisma.

Quando um pequeno aneurisma for encontrado, será necessário fazer exames e radiografias frequentemente, numa base regular, geralmente a cada seis a doze meses, para monitorar qualquer mudança de tamanho. Isso ajuda a determinar o momento ideal para proceder a intervenção cirúrgica.

2.3.5 - Como o aneurisma torácico é corrigido?

A reparação cirúrgica do aneurisma torácico envolve a abertura do peito (osso esterno) para expor a área afetada. Uma máquina coração-pulmão (CEC) é instalada no paciente. Pinças são colocadas por cima e por baixo do aneurisma, para isolá-lo. A seguir, o cirurgião remove a porção doente da aorta, colocando no lugar um tubo de tecido especial, ou enxerto, que é costurado, substituindo a porção doente que foi removida. O peito é então fechado. O osso esterno é unido com fios de aço permanentes para permitir a cicatrização. A musculatura, tecidos gorduroso e a pele são unidos com suturas apropriadas, usuais nas cirurgias cardíacas.

Existe uma outra técnica para a reparação de um aneurisma da aorta, que pode ser usado nos pacientes de alto risco, não recomendados para a uma grande cirurgia. Isto envolve a colocação de um dispositivo chamada "endoprótese", por dentro da porção doente da aorta, sem remover a parte afetada. A endoprótese é colocada sem abertura do peito do paciente, por meio de um cateter que é inserido na artéria femoral (na virilha), que segue até chegar ao ponto afetado da aorta. Este enxerto (endoprótese) objetiva reforçar a porção afetada onde se localiza o aneurisma, impedindo a sua ruptura.

2.3.6 - Como será a recuperação de uma cirurgia de aneurisma da aorta?

A recuperação é semelhante às demais cirurgias com tórax aberto (tradicionais), conforme já foi descrito em outra seção desta Cartilha.

É muito importante, para a saúde futura, que o operado de aneurisma da aorta:

- Pare de fumar permanentemente;

- Mantenha o controle da pressão arterial em níveis adequados;

- Evite o aumento do peso corporal (engordar).

É importante discutir e esclarecer tudo isso com o seu cardiologista.

2.3.7 - O que mais eu deveria saber sobre aneurisma da aorta?

Alguns aneurismas aórticos estão localizados muito próximo da válvula aórtica (a válvula que permite que o sangue saia do coração). Esta ocorrência pode interferir no funcionamento da válvula aórtica causando sua insuficiência. Nessas ocorrências, geralmente, é necessário a substituição da válvula aórtica juntamente com a correção do aneurisma ,

2.4 - Defeito do Septo Atrial (DSA) ou Comunicação Interatrial (CIA)

O defeito do septo atrial ou comunicação interatrial, também referido como um forame oval patente, é um dos mais frequentemente defeitos congênitos (de nascimento) do coração em adultos. Ocorre mais frequentemente em mulheres do que homens.

2.4.1 - O que é um defeito do septo atrial?

O defeito do septo atrial é uma abertura na parede (septo) que separa as duas câmaras superiores do coração (átrios). Normalmente, o átrio direito se enche de sangue pobre em oxigênio que vem das veias do corpo e flui através do coração para os pulmões, onde é oxigenado. O sangue retorna ao coração pelo átrio esquerdo e flui para dentro do ventrículo esquerdo, onde é bombeado para a aorta para ser distribuído para todo o corpo.

Antes do nascimento o nosso pulmão não funciona (vida intrauterina). Desta forma o sangue que iria para pulmão é desviado para o lado esquerdo do coração através de uma abertura natural no septo. Logo que nascemos o pulmão inicia o funcionamento fazendo com que esta abertura se feche naturalmente. A falha deste fechamento (permanente) determinará o defeito de septo atrial ou comunicação interatrial. Dependendo da localização do defeito, terá nomes e correções diferentes.

A abertura na parede entre os átrios permite que o sangue rico em oxigênio e o sangue pobre em oxigênio se misturem, resultando em um aumento global na quantidade de fluxo de sangue para os pulmões, podendo provocar danos aos pulmões.

2.4.2 - Como isso me afeta?

Você pode sentir dificuldade respiratória aos exercícios físicos (falta de ar) e/ou alteração no batimento cardíaco. Alguns pacientes podem não sentir nada, vivendo sem quaisquer sintomas (assintomático) e o defeito ser apenas detectado por exame ecocardiográfico em avaliações cardiológicas de rotina.

2.4.3 - Como esta abertura pode ser corrigida?

O defeito do septo atrial é corrigido por meio de costura simples (sutura) ou por meio de um remendo (patch) costurado. Este remendo pode ser realizado utilizando a membrana que envolve o coração (pericárdio) ou com material sintético. Esta correção irá evitar a mistura de sangue pobre com o rico em oxigênio. O reparo de um defeito do septo atrial (DSA ou CIA) é muitas vezes feito como parte de outro procedimento "principal" de uma cirurgia cardíaca. Por exemplo, na cirurgia de válvulas, em cirurgia de coronária, etc.).

Outra proposta para o tratamento do defeito do septo atrial é por meio de cateter introduzido na veia femoral (na virilha), onde uma prótese é liberada no local, corrigindo o defeito. Para isto, se estuda previamente o tipo e as características do defeito do septo atrial, visando decidir se o tratamento será por cateter ou cirúrgico.

2.5 - Defeitos do Septo Ventricular ou Comunicação Interventricular (CIV)

2.5.1 - O que é um defeito do septo ventricular?

O defeito do septo ventricular (DSV) ou comunicação interventricular (CIV) é uma abertura na parede (septo) que separa as duas câmaras inferiores do coração (ventrículo direito e esquerdo). De uma maneira geral, este defeito cardíaco costuma ser diagnosticado em tenra idade (crianças). Pode também ser diagnosticado antes do nascimento (ultrassonografia).

De uma forma normal, o ventrículo direito se enche com sangue pobre em oxigênio vindo do átrio direito e o bombeia para os pulmões, onde é oxigenado. A seguir, o sangue oxigenado pelos pulmões retorna para o coração, através do átrio esquerdo e flui para o ventrículo esquerdo, onde é bombeado para irrigar os órgãos do corpo.

A existência de uma abertura ou defeito no parede (septo) entre os ventrículos permite que o sangue rico em oxigênio se misture ao sangue pobre em oxigênio, resultando em um aumento global na quantidade de fluxo sanguíneo que flui para os pulmões. O aumento da quantidade de sangue que vai para os pulmões pode danificá-lo, com consequências graves.

2.5.2 - Como o defeito do septo ventricular me afeta?

Se a abertura entre os ventrículos é pequena, sem causar sobrecarga ao coração e ao pulmão, uma das maneiras de diagnóstico é a simples ausculta do coração (pelo estetoscópio do médico). Ele perceberá um barulho (sopro) rude e alto. Mesmo que a abertura seja de pequena dimensão, você pode sentir falta de ar ao fazer exercícios físico ou apresentar alterações nos batimentos cardíacos.

2.5.3 - Como é que esta abertura pode ser consertada (reparada)?

O reparo do defeito do septo ventricular (DSV) com pequena abertura pode não ser necessário. Eles costumam fechar por conta própria na infância ou adolescência. Mas, se a abertura é grande, mesmo em pacientes com poucos sintomas, o fechamento do orifício é recomendado, nos dois primeiros anos de vida, para evitar sérios problemas mais tarde.

Alguns pequenos defeitos do septo em crianças, quando possível, podem ser reparados sem o uso de remendo (patch), costurando as bordas da abertura (sutura).

Um DSV também pode ocorrer (surgir) quando um paciente tem um infarto (enfarte) do miocárdio (ataque cardíaco) que atinge o septo ou em traumas (por exemplo: acidente automobilístico). Neste caso, o defeito é fechado cirurgicamente com um remendo (“patch” de pericárdio bovino). Com o tempo, o tecido de revestimento normal do coração cobre o remendo (patch), tornando-se parte integrante e permanente do coração.

O reparo do DSV restaura a circulação de sangue a sua forma normal.

2.6 - Doenças do sistema elétrico do coração

2.6.1 - O que são as doenças do sistema elétrico do coração?

O coração possui um sistema elétrico próprio gerador de impulsos coordenados, responsável pelo disparo (ou gatilho) da contração cardíaca.

Anormalidades do sistema elétrico podem variar de batimentos prematuros (palpitação) que geralmente não precisam de tratamento, até batimento lento (bradicardia), irregular (arritmias) e batimento acelerado (taquicardias) que podem ser perigosas.

- Bradicardia (coração lento) – neste tipo de doença o coração apresenta batimentos lentos que pode necessitar da colocação de um marca-passo;

- Dessincronia cardíaca – esta anormalidade acontece quando o ventrículo esquerdo e o direito deixam de contrair de forma simultânea (juntos) como é necessário;

- Arritmias graves – esta doença caracteriza-se por batimentos cardíacos completamente desorganizados, trazendo risco da vida.

2.6.2 - Como tratar as doenças do sistema elétrico do coração?

Dependendo do tipo da doença se pode tratar com medicamentos. Quando o remédio com medicamentos não está surtindo efeito, poderá ser indicado o implante de marca-passo.

O marca-passo apresenta dois componentes principais:

- Gerador de pulso – detecta a anormalidade e atua sob prévia programação;

- Cabos eletrodos – transmitem a ordem do gerador de pulso até o músculo cardíaco.

2.6.3 - Como é feito o implante do marca-passo?

É por meio de uma cirurgia onde o gerador de pulso geralmente é posicionado na região do peito, abaixo da clavícula. Os cabos eletrodos são geralmente introduzidos pela veia subclávia até o coração.

Alguns tipos de marca-passo têm sensores de movimento, de temperatura e de respiração, que aceleram os batimentos em caso de maior demanda. O raciocínio é que um paciente que pratica corrida pode se beneficiar de uma maior frequência cardíaca quando correm, e vão se sentir melhor se essa frequência voltar ao normal quando param de correr. A maioria dos marca-passos apresenta funções inteligentes, que podem ser acionadas para prover maior conforto ao portador. Isso pode ser programado e ajustado de acordo com a necessidade diária.

2.6.4 - Quais os cuidados que devo ter se sou portador de marca-passo?

O marca-passo é um pequeno computador especializado, sensível a choques elétricos e a campo eletromagnético.

Você deve:

- Evitar tomar choque elétrico;

- Evitar proximidade com campos elétricos intensos (cabines de bancos, sensores de metais dos aeroportos, aparelhos de ressonância magnética, etc.).

OBS.: Existem marca-passos que permitem a realização de exames de ressonância magnética. Você receberá informações do seu médico sobre o tipo de marca-passo que você usa.

Você deverá estar sempre munido da “carteirinha do marca-passo” para ser apresentada quando necessário.

Os marca-passos requerem revisões periódicas, que devem ser agendadas com seu médico.

2.7 - Tumores cardíacos

2.7.1 - O que é um tumor cardíaco?

Podem ocorrer o surgimento de tumores no coração (internos ou externos) que podem ser benignos ou malignos. Dependendo do tamanho e sua localização, os sinais e sintomas podem variar desde palpitações, falta de ar, tromboembolismos, etc. Vale ressaltar que a maioria dos tumores cardíacos, nos estágios iniciais, não apresenta quaisquer sintomas.

2.7.2 – O que fazer se tenho um tumor no coração?

A detecção (diagnóstico) de tumor cardíaco geralmente é realizada por estudo ecocardiográfico, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética, que é capaz de determinar o tamanho e a localização exata da massa tumoral, permitindo sua remoção cirúrgica.

2.8 – Insuficiência Cardíaca

2.8.1 - O que é a Insuficiência Cardíaca?

A insuficiência cardíaca ocorre quando as câmaras direitas e/ou esquerda do coração (átrios e ventrículos) não têm mais força suficiente para fazer circular o sangue necessário ao corpo. A causa mais comum é a hipertensão sem controle, que faz com que a parede do ventrículo esquerdo fique engrossada (hipertrofia ventricular esquerda) e, posteriormente, dilatada (sem complacência), incapaz de promover o bombeamento adequado do sangue para todo o corpo, como necessário. Outrossim, a isquemia do miocárdio (falta de sangue para nutrir o próprio coração) ou o ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio), que danifica parte dos músculos do coração, bem como as doenças das válvulas cardíacas e outras doenças cardíacas degenerativas, podem conduzir a insuficiência cardíaca grave.

A insuficiência cardíaca afeta principalmente as pessoas mais idosas e tem ocorrido com mais frequência devido ao envelhecimento da população.

2.8.2 – Quais os principais sintomas da insuficiência cardíaca grave?

Os principais sintomas da insuficiência cardíaca são a fadiga, sonolência, confusão e inchaço (edema). Além disso, a insuficiência cardíaca grave pode provocar outros efeitos, incluindo insuficiência renal, insuficiência respiratória e outros.

2.8.3 - Qual o tratamento cirúrgico para a insuficiência cardíaca grave?

Quando as terapias clínicas (medicamentos) não são mais capazes de impedir o aparecimento dos sintomas da insuficiência cardíaca grave, pode ser indicada implante de marca-passo (ressincronizador), correção das válvulas cardíacas, cirurgia do músculo cardíaco (remodelamento ventricular), correções de anomalias (defeitos) cardíacas e outros. Nos casos onde se esgotaram todas as alternativas de controle da insuficiência cardíaca grave, poderá ser indicado o transplante de coração.

Para os pacientes que estão em lista de espera para o transplante de coração e que desenvolvem uma súbita e grave descompensação cardíaca, com necessidade de internação e sem melhora clínica, pode-se implantar os dispositivos mecânicos de assistência circulatória e pulmonar (ventrículo e coração artificiais).

Os avanços da medicina permitiram desenvolver tais dispositivos que podem ser implantados cirurgicamente dentro ou fora do corpo dos pacientes, para atuarem de forma temporária ou com mais longo prazo. Os dispositivos mecânicos de assistência circulatória e pulmonar requerem cirurgias cardíacas específicas.

2.8.4 - O que devo fazer agora que meu Cardiologista me disse que tenho que fazer um Transplante de Coração?

Você deve marcar uma consulta no Ambulatório no Centro de Transplantes do Hospital Meridional.

HOSPITAL MERIDIONAL - CENTRO DE TRANSPLANTES.
Rua: São João Batista, 200 - Edifício Meridional Center – 3° andar.
Trevo de Alto Lage, Cariacica / ES - CEP 29151-920.
Tels: (27) 3346-2057; (27) 3286-6817.
Telefax: (27) 3346-2646.
Email: txcenter@hospitalmeridional.com.br

Você irá realizar vários exames para se saber da possibilidade de ser um candidato a Transplante Cardíaco. Também será avaliado pela Equipe de Enfermagem, Assistência Social e pelo Cardiologista Clínico e pelo Cirurgião Cardiovascular.

2.9 - Transplante Cardíaco

2.9.1 - O que é um transplante cardíaco?

O transplante cardíaco, também chamado de transplante do coração, é uma cirurgia onde retira-se o coração doente e coloca-se um coração sadio (doado). É a forma terapêutica mais eficaz para prolongar a vida dos pacientes com doenças cardíacas graves, em estágio avançado, cuja qualidade de vida está muito reduzida. Uma parcela considerável de pacientes submetidos a transplante do coração, voltam a desempenhar suas atividades normais, muito melhor do que antes do transplante. Muitos retornam as suas atividades profissionais.

2.9.2 – Quais cuidados devo tomar enquanto aguardo o transplante?

Quando você estiver listado (Lista de Espera para Transplante de Coração) na Lista Estadual de Transplantes do Sistema Nacional de Transplantes deverá atentar para:

  • a) Morar na cidade de Vitória;
  • b) Tomar regularmente seus medicamentos;
  • c) Informar ao Centro de Transplantes e ao Cirurgião em caso de enfermidades (exemplo: resfriados);
  • d) Quando for chamado para o Hospital não beber e não comer nada (jejum absoluto).

2.9.3 – Que cuidados devo tomar se sou um transplantado cardíaco?

Você vai fazer uso de vários medicamentos, onde estão incluídos os imunossupressores, que ajudam no controle da rejeição. Saiba que esses remédios (imunossupressores) tornam o seu organismo menos resistente as infecções comuns (resfriados, pneumonias, etc.). Assim, o transplantado e seus familiares devem seguir com muita atenção e rigor as recomendações preventivas no período pós-operatório imediato e após a alta, que serão repassadas pelo seu médico.

A fim de evitar contágios (infecções oportunistas), é fundamental que não sejam relaxadas as medidas recomendadas de usar máscaras, cuidados na higiene pessoal, exposição a mudanças de temperatura, evitar visitas, etc. Tais recomendações objetivam prevenir possíveis ocorrências indesejadas, que tem grande potencial para colocar em risco a vida do paciente.

3 - Tipos de Cirurgia Cardíaca - Vias de Acesso (Principais doenças)

3.1 - Cirurgia Tradicional

3.1.1 - Como é realizada uma cirurgia cardíaca tradicional?

Você será transportado para uma sala de operação estéril, posteriormente será sedado e anestesiado pela equipe de anestesiologia cardíaca do hospital.

Para operar o coração, o cirurgião abre o peito do paciente através da divisão do osso esterno. Após a exposição do coração este é ligado à máquina coração-pulmão (CEC – circulação extracorpórea) com o uso de heparina (anticoagulante). Ao realizar as funções do coração e dos pulmões, esta máquina permite ao cirurgião operar diretamente o coração, sob condição controlada.

Seguidamente o coração é parado, com cessação de seus batimentos, por meio de uma solução própria (cardioplegia). Quando a operação for concluída, o coração recuperará seus batimentos, assumindo seu papel como bomba propulsora de sangue e, então, inicia-se o desligamento da CEC. Em seguida, procede-se o controle da recuperação do nível de coagulação do sangue (antídoto da heparina – protamina). Então, coloca-se o dreno cirúrgico e o peito (tórax) é fechado.

Os fios de aço utilizados para unir o as duas metades (longitudinais) do osso esterno permanecerão definitivamente.

Finalmente, a pele é fechada por sutura plástica com fios absorvíveis.

Os pontos da pele serão removidos ao redor do 14 º dia após a cirurgia.

3.1.2 - Quanto tempo vai levar a operação?

O tempo da cirurgia vai depender do tipo e extensão da doença a ser reparada. A preparação para a cirurgia, requer cerca de 45 a 60 minutos. A maioria das cirurgias dura, em média, de quatro a cinco horas. O período de preparação (início) e de estabilização (final) estão incluídos.

3.2 - Cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida.

3.2.1 - O que é cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida?

Tradicionalmente, a maioria das operações cardíacas é realizada através de uma abertura no peito (osso esterno) conhecido pelo nome de esternotomia. Esta abertura se localiza ao longo de todo o seu comprimento. Esta abordagem oferece uma excelente exposição do coração (espaço para operar).

Em anos recentes, abordagens menos invasivas têm sido desenvolvidas para a cirurgia cardíaca, com incisões muito menores, e que envolve a divisão de apenas uma parte do osso esterno, evitando seu corte por completo. Este tipo se cirurgia menos agressiva ficou conhecida mundialmente com o nome de cirurgia cardíaca minimamente invasiva.

Atualmente, as cirurgias minimamente invasivas são videoassistidas, significando que são feitas por meio de pequena incisão por onde é introduzido no tórax uma câmera especial, de forma que o cirurgião visualize o procedimento em execução, por um monitor.

Ultimamente, a cirurgia minimamente invasiva passou a ser feita entre as costelas, sem que nenhum osso seja cortado. Assim, pode ser feita ao redor da aréola da mama para fins estéticos (nas mulheres). O tamanho das incisões minimamente invasivas é cerca de 5 a 10 cm em comparação com 25 a 30 cm requeridos na cirurgia tradicional. Instrumentos portáteis especializados são usados para estender a destreza das mãos do cirurgião, introduzidos através de pequenos orifícios, permitindo executar com segurança a operação no coração.

3.2.2 – Quais os tipos de cirurgias do coração que podem ser feitas com a técnica minimamente invasiva videoassistida?

Atualmente, a nossa Equipe do Coração está apta para oferecer as seguintes operações utilizando abordagens minimamente invasivas videoassistidas:

  • Reparo da valva aórtica ou sua substituição (prótese);
  • Reparo da valva mitral ou sua substituição (prótese);
  • Reparo da valva tricúspide ou sua substituição (prótese);
  • Fechamento da comunicação interatrial (CIA);
  • Fechamento do forame oval patente (FOP);
  • Posicionamento dos eletrodos epicárdicos biventricular (marca-passo);
  • Ablação cirúrgica (radiofrequência) para correção da fibrilação atrial (arritmia);
  • Remoção de tumores internos e externos no coração;
  • Tratamento de infecções internas no coração;
  • Remoção de corpos estranhos no interior do coração;
  • Remoção de coágulos no interior do coração;
  • Fechamento de fístulas.

3.2.3 - Quais são os benefícios potenciais da cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida?

Há evidência inicial de que as abordagens minimamente invasivas podem ser traduzidas em:

  • Dor de menor intensidade e duração (após a cirurgia);
  • Efeitos estéticos (melhor aparência e menor tamanho da cicatriz);
  • Menos complicações durante a cicatrização das feridas cirúrgicas;
  • Internações hospitalares com tempo reduzido;
  • Tempo de recuperação reduzido;
  • Menores precauções sobre atividades físicas após a cirurgia;
  • Retorno mais rápido ao trabalho.

As incisões menores associadas com as operações minimamente invasivas cardíacas, subjetivamente, resultam em dores de menor duração e intensidade se comparadas com as cirurgias cardíacas tradicionais, com esternotomia, embora variem de paciente para paciente. Além disso, as incisões menores produzem cicatrizes menores e mesmo em locais rotineiramente cobertos com roupas (por exemplo: sutiã do biquíni etc.).

Uma vez que uma menor área do tecido é ferida, com incisões menores, existe uma significativa redução nas complicações devido à cicatrização de feridas, incluindo infecções. O período de estadia hospitalar (tempo de internação) necessário para as cirurgias minimamente invasivas cardíacas, rotineiramente variam de três a cinco dias, em comparação com cinco a sete dias necessários para as cirurgias cardíacas tradicionais.

Pacientes submetidos à cirurgia cardíaca realizada pelo método tradicional (com esternotomia) ficam impedidos de dirigir um automóvel ou levantar objetos que pesem mais de cinco quilogramas durante cerca de 2 a 3 meses. Enquanto que, muitos pacientes submetidos a operações cardíacas minimamente invasivas, não tem maiores restrições, podendo dirigir um automóvel tão logo se sintam confortáveis em fazê-lo, sem estar utilizando medicação analgésica forte (normalmente cerca de duas semanas).

3.2.4 - A cirurgia cardíaca minimamente invasiva videoassistida é adequada ao meu caso?

O seu cirurgião irá reunir-se com você e sua família para discutir se seu caso permite a cirurgia cardíaca minimamente invasiva. Ele irá explicar o funcionamento desta técnica, os riscos envolvidos e os benefícios esperados. Você e sua família terão a oportunidade de esclarecer com o cirurgião quaisquer dúvidas, antes da realização de sua cirurgia.

3.2.5 - A cirurgia minimamente invasiva videoassistida exigirá quantos dias de recuperação?

Após o término da cirurgia, você irá se recuperar na Unidade Coronariana (UCo) durante as primeiras 24 a 48 horas. Ao chegar na UCo, você despertará da anestesia geral, será desligado da ventilação mecânica (desmame) com a retirada do tubo endotraqueal (extubação), e monitorado (todas as suas funções vitais) durante um período de 24 a 48 horas.

Uma vez que seus sinais vitais mostrem estabilização, será retirado o dreno, as sondas, e você será transferido para o apartamento hospitalar. Uma vez no quarto, dependendo do andamento de sua recuperação, você será encorajado a andar e continuar a fazer exercícios respiratórios, quase que imediatamente.

Sua medicação será ajustada, e quaisquer cateteres e/ou fios temporários restantes (cabo eletrodo de marca-passo) serão removidos. Para a maioria dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca minimamente invasiva, essa recuperação dura de dois a três dias.

Uma vez recebendo alta do hospital, você retornará ao seu cirurgião em um prazo de 15 a 20 dias após a cirurgia, dependendo do tipo de incisão minimamente invasiva realizada.

3.2.6 - Que precauções devo tomar depois da minha alta hospitalar?

Após uma cirurgia cardíaca minimamente invasiva, solicitamos que você siga as mesmas instruções e precauções gerais descritas para as operações cardíacas tradicionais, com as seguintes exceções:

  • Você deve abster-se de levantar qualquer peso maior que cinco quilogramas durante seis semanas, a partir da data de sua operação;
  • Você não deve se envolver em qualquer atividade mais intensa que lhe possa causar dor.

3.2.7 - Quando poderei dirigir meu carro?

Se você foi submetido a cirurgia cardíaca minimamente invasiva, poderá dirigir mediante autorização do cirurgião ou assistente do cirurgião. Certamente você necessitará de estar em plenas condições para a condução de veículos, tais como: visão perfeita, sem tonturas, pressão arterial estável, sem dores torácicas que impeçam seus movimentos, não estar usando analgésicos potentes (fortes) e sentir-se confiante e totalmente responsável quanto ao seu bem estar. Deverá estar em pleno estado de consciência, lucidez e orientação.

3.2.8 – Quando poderei retornar ao trabalho?

Se você foi submetido a cirurgia cardíaca minimamente invasiva, poderá retornar para a sua ocupação com autorização do seu médico e desde que não interfira com os cuidados inerentes à sua cirurgia. Também vai depender do tipo de trabalho que você exerce. Geralmente, para trabalhos que não exijam esforço físico, os pacientes retornam para suas atividades em torno de 15 a 20 dias. Também é uma boa ideia trabalhar, inicialmente, em um horário limitado (por exemplo: meio expediente), durante a primeira semana no trabalho.

4 - Preparação para Cirurgia (Pré-operatório)

4.1 - Quando vou conhecer meu cirurgião?

Você terá a oportunidade de conhecer o seu cirurgião ou seu assistente antes da cirurgia, no consultório ou no hospital (caso você já esteja internado).

Nesta oportunidade, você será esclarecido sobre o seu problema no coração e qual o tipo de cirurgia indicada. O cirurgião irá prescrever todos os exames pré-operatórios necessários e ajustar, se necessário, os medicamentos em uso.

Você tem liberdade para ligar para o seu cirurgião, caso tenha alguma dúvida.

4.2 – Tem algum remédio que devo parar de tomar antes da cirurgia?

Se você está atualmente em uso de aspirina, comunique ao seu cirurgião e continue tomando-a diariamente, até o momento de sua internação, a não ser que o cirurgião suspenda o seu uso.

Não tome nenhuma dose adicional de aspirina ou de qualquer medicamento que contenha aspirina (acima da sua dose diária normal) durante as duas semanas que antecedem sua cirurgia.

Abaixo, estão relacionados medicamentos que contêm aspirina e outras drogas que afetam a taxa de coagulação. Elas podem aumentar o risco de sangramento durante a cirurgia. É importante entrar em contato com o seu cirurgião caso você esteja usando algum destes medicamentos:



Nome comercial Nome da droga
Advil Ibuprofeno
Flanax – naprosyn Naproxeno
Aas protect – asetisin – aspirina- aspirina prevent –bufferin - bufferin cardio – cardio aas – ecasil – funed – lapede – melhoral infantil – somalgin – somalgin cardio Acido acetilsalicilico
Coumadin Varfarina
Cataflan – fenaren- flogan Diclofenaco
Artren – biofenac – clofenid – desinflex – diclac – diclonatrium – diclonax – flodin – furp diclofenaco – hiclofen – optamax – volflanil – volrafan – voltaren – voltaren retard – voltaren sr Diclofenaco sodio
Flotac Diclofenaco colestiramina
Flancox Etodolac
Ocufen - targus lat Flurbiprofeno
Advil – alivium – artril – buscofem – dalsy – doraliv – febsen – ibuprofan – maxifen – motrin - uniprofen Ibuprofeno
Indocid Indometacina
Bi-profenid – profenid – artrimid – flamador Cetoprofeno
Cetrolac – toradol – toragesic Cetorolaco
Coumadin – marev am – varfarina sodica – warfarin Varfarina
Artritec – bioflac – inicox dp – melocox – meloxil – movacox – movatec - movoxicam Meloxicam
Flamaprox – flanax – naprosyn - Naproxeno
Anartrit – farmoxicam – feldene – deldene sl – flamadene – inflamene – inflax – lisedema - piroxil Piroxicam
Cloridrato de ticlopidina – iscover – plaketar – plavix – ticlid – ticlobal Tienopiridinos/clopidogrel
Questran Colestiramina

IMPORTANTE:

Pare o uso de Clopidogrel sete dias antes da cirurgia;

Pare o uso de Lovenox após a dose da noite antes da cirurgia (tomar a dose da manhã e à noite na véspera da cirurgia. Não tome na manhã da cirurgia);

Pare o uso de anticoagulantes como indicado pelo seu cirurgião;

Pare todos os suplementos de ervas 24 horas antes da cirurgia;

Os comprimidos para o controle do diabetes deverão ser suspensos uma semana antes da cirurgia. O controle da glicemia passará a ser por insulina.

4.3 - O cigarro trás problemas?

É extremamente importante que você PARE DE FUMAR. Após a cirurgia, as pessoas que fumam têm maior acúmulo de secreção nos pulmões, o que é difícil de remover e pode retardar a recuperação. Adicionalmente, o fumante tem maior risco de complicações, como: pneumonia, infecção na ferida cirúrgica, osteoporose, insuficiência respiratória etc.

Por favor, consulte o seu pneumologista para avaliação clínica, emissão de Laudo e recomendações para paralisar o uso de tabaco.

4.4 - Vou receber sangue?

A anemia é normal após a cirurgia. O grau de anemia dependerá da resposta de cada paciente e do tempo de duração da cirurgia. Os sinais e sintomas da anemia dependerão da tolerância de cada paciente. Em caso de anemia importante, o paciente poderá sentir-se cansado.

A técnica cirúrgica empregada pela Equipe do Coração promove baixo emprego de transfusão de sangue durante a sua hospitalização.

Mesmo com a baixa possibilidade de transfusão de sangue, é importante ressaltar que a cirurgia somente poderá ser executada mediante a prévia reserva de sangue pelo Banco de Sangue do Hospital. É de suma importância a doação de sangue para reposição, em contribuição voluntária ao Banco de Sangue do Hospital por meio de parentes, instituições e amigos doadores. O sangue doado será encaminhado a Secretaria Estadual de Saúde para exames laboratoriais e posterior disponibilização aos Bancos de Sangue do Estado. Desta forma, não há doação de sangue dirigida para determinado paciente.

4.5 - Onde devo apresentar os exames pré-operatórios?

Após ter em mão os resultados dos exames pré-operatórios, você deve agendar uma consulta com o seu cirurgião para a devida avaliação.

Lembrar-se de trazer a lista de todos os seus medicamentos em uso (receita médica), incluindo o nome, dose, e quantas vezes você faz uso por dia. Esta lista deve INCLUIR TAMBÉM os medicamentos de farmácia de manipulação e aqueles a base de ervas. A avaliação pré-operatória será realizada pelo cardiologista clínico de origem e por seu cirurgião.

Esta avaliação constará de história detalhada clínica e cirúrgica do paciente e seu exame físico. Além disso, haverá a realização de exames laboratoriais, eletrocardiograma (ECG), radiografias de tórax e dos seios da face, ecocardiogramas e cateterismo cardíaco, se necessário. Poderá haver necessidade de exames e avaliações especiais, dependendo da natureza da sua cirurgia e de suas doenças associadas (comorbidades).

Outra necessidade importante em cirurgia cardíaca é a avaliação da saúde bucal (dental e gengival) pelo seu dentista, na procura de possível foco infeccioso oculto (assintomático). O dentista deverá emitir um laudo sobre a saúde bucal. Esta preocupação é de suma importância, principalmente nos pacientes transplantados e os que se submeteram a implante de próteses (tratamentos das válvulas cardíacas e doenças da aorta).

Lembrar que todas estas avaliações (LAUDOS) deverão ser apresentadas ao seu cirurgião.

4.6 - O que mais devo saber depois da minha internação?

Você terá a oportunidade de rever as instruções relacionadas com a sua cirurgia, consultando a página da internet no endereço:

www.melchiorluizlima.com.br

O hospital proverá as instruções detalhadas para a noite antes da cirurgia e para o dia da cirurgia. Também dará instruções sobre o uso de sabão e soluções corporais especiais visando preparar sua pele para reduzir o risco de infecções na ferida cirúrgica.

IMPORTANTÍSSIMO: Você será orientado sobre o JEJUM ABSOLUTO necessário (não comer e não beber nada) depois das 22 horas, no dia que antecede a cirurgia.

Você será instruído sobre quais medicamentos deverão ser ingeridos com um pequeno gole de água na manhã da cirurgia.

4.7 - Existe uma pessoa com quem eu possa falar para me ajudar com as preocupações da minha família?

Antes, durante e após a cirurgia, uma assistente social do hospital está disponível para atender você e sua família em quaisquer necessidades emocionais e sociais. A assistente social fornece aconselhamento e orientação para lidar com o estresse. Se você precisar de ajuda com as necessidades sociais antes da cirurgia, ligue para o consultório do seu cirurgião.

Antes de se internar no hospital, é importante discutir com sua família e amigos sobre a necessidade de alguém ficar com você (acompanhante) até a sua alta do hospital. É RECOMENDÁVEL que o paciente tenha um ACOMPANHANTE por 24 horas, durante toda permanência no hospital. É importante ressaltar que o acompanhante NÃO pode administrar nenhum tipo de medicamento ao paciente. Também, o acompanhante não poderá prover ao paciente nenhum tipo de alimento vindo de fora do hospital. Somente pode fornecer o alimento fornecido especificamente pelo hospital. O acompanhante não pode manipular os equipamentos conectados ao paciente. O acompanhante deverá estar em pleno estado de saúde para exercer sua função.

Além disso, o acompanhante NÃO PODERÁ, EM HIPÓTESE ALGUMA, estar com qualquer enfermidade transmissível (resfriado, sinusite, tosse, conjuntivite, infecções na pele etc.). Deve zelar pela higiene das mãos e braços continuamente.

4.8 - Vou precisar de auxílio quando receber alta hospitalar?

Quando retornar para a sua casa, você vai precisar de ajuda com as atividades normais da vida diária, como compras de supermercado, preparo de refeições, transporte para consultas médicas, serviços caseiros etc. Geralmente esta ajuda é oferecida por familiares ou amigos próximos (acompanhante). Em alguns casos será preciso a solicitação de serviços de atendimento especial em casa (Home-care), principalmente em caso de pessoas que moram sozinhas ou que os parentes moram distantes. Nesses casos, tudo já deve estar planejado antes da cirurgia. É bom lembrar que o acompanhante fora do hospital deve obedecer às mesmas orientações acima descritas para o acompanhante dentro do hospital.

4.9 - Vou precisar de reabilitação após a cirurgia?

Cada paciente é único. Assim a Equipe do Coração irá analisar com você e sua família a ajuda que será necessária. O fisioterapeuta pode fazer uma recomendação quanto ao planejamento de sua reabilitação, antes de ir para casa.

Você pode precisar de reabilitação aguda ou subaguda, a saber:

  • Reabilitação aguda é a feita diariamente de forma intensiva, incluindo serviços médicos, enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia. Você será motivado para realizar os exercícios para reabilitação.
  • Reabilitação subaguda é menos intensiva, no sentido de manter o processo de reabilitação até a alta hospitalar.
  • A assistente social, fisioterapeuta, enfermagem e o médico assistente vão ajudar você e sua família neste processo, se for necessário.

Muitos pacientes são capazes de iniciar um programa de reabilitação cardíaca ambulatorial dentro de algumas semanas após a cirurgia. O cardiologista ou o cirurgião cardíaco, dependendo das condições do paciente, pode dar-lhe permissão para iniciar um programa de recuperação ambulatorial.

Qualquer atividade vigorosa dos braços somente poderá ser feita após seis a oito semanas depois da cirurgia, quando ocorre a cicatrização do osso do peito (esterno). Atividade física que exija muitos movimentos dos braços, como natação, golfe, tênis, etc., serão restringidas ou até canceladas pelo seu cirurgião, aguardando um momento mais apropriado.

O levantamento de peso com mais de 5 quilogramas está restrito para o período seis a oito semanas após a cirurgia, e vai depender da liberação médica.

4.10 – Como será a minha alimentação depois que estiver internado?

Lembre-se: você não poderá comer nem beber qualquer coisa a partir das 22 horas do dia anterior ao da cirurgia (JEJUM ABSOLUTO). Na manhã da cirurgia você deve tomar os seus medicamentos de uso contínuo, com um pequenino gole de água (um dedo).

Porém é fundamental que a enfermagem anote (horário, nome do medicamento e dose) esta sua necessidade, para relatar ao cirurgião.

A partir do início da cirurgia, todos os medicamentos, fluidos e nutrientes necessários serão administrados por via intravenosa (IV) ou por sonda.

4.11 - Quando será a minha cirurgia?

A confirmação da data da cirurgia e a hora adequada para internação serão comunicadas a você pela secretária do cirurgião, com antecedência, dependendo dos trâmites burocráticos, como: convênios, disponibilidade de quarto no hospital, reserva de sangue, disponibilidade de leito na unidade coronariana (UCo) etc. Os trâmites burocráticos podem necessitar de providencias a serem tomadas por você ou sua família.

4.12 - O que ocorrerá comigo antes de ser encaminhado para o centro cirúrgico?

Como preparação para a cirurgia, você será solicitado a:

  • Colocar uma roupa própria do hospital;
  • Remover todos os pinos, presilhas, grampos, etc., de seu cabelo;
  • Remover todas as dentaduras e pontes móveis;
  • Remover todas as joias, incluindo anéis e piercings;
  • Remover todo o esmalte das unhas;
  • Retirar óculos e lentes de contato e entregar aos cuidados dos membros da família.

Após essa preparação inicial, você será acomodado em uma maca. A seguir, será transportado para o Centro Cirúrgico. Sua família poderá acompanhá-lo até a entrada do centro cirúrgico. É oferecido à família um salão reservado para a espera do final da cirurgia, É importante que um representante do paciente esteja disponível durante o tempo da cirurgia para contato pela Equipe do Coração.

A enfermagem do centro cirúrgico irá proporcionar à sua família informações sobre o andamento da cirurgia, caso necessário. O cirurgião ou seu assistente irá se encontrar com sua família após a conclusão da cirurgia.

5 - Depois da Cirurgia (Pós-operatório)

5.1 – O que acontecerá após o término da cirurgia?

Imediatamente após a cirurgia, você será levado para a Unidade Coronariana (UCo), sob a supervisão da equipe cirúrgica e do anestesiologista. A sua permanência na UCo será coordenada por um cardiologista intensivista (um médico que tem conhecimento especializado nos cuidados intensivos de pacientes pós-operados) e terá o acompanhamento de enfermagem, assistentes médicos ou médicos residentes.

Se você foi submetido a uma cirurgia cardíaca minimamente invasiva, veja o item 3.2.5.

Seu cirurgião ou o assistente do cirurgião, juntamente com o intensivista irão avaliá-lo diariamente e estarão disponíveis para falar com você e sua família sobre o andamento de sua recuperação.

Até que esteja completamente acordado, você estará conectado a um aparelho para ventilação pulmonar artificial (respirador) por meio de um tubo em sua boca ou seu nariz. Este tubo interfere na função das cordas vocais. Por isso, você não poderá usar a fala enquanto ele estiver posicionado. Você poderá se comunicar por outros meios como escrevendo notas e gesticulando, se necessário.

A contenção parcial das mãos se faz necessária enquanto estiver conectado ao aparelho de ventilação artificial. É natural um possível acúmulo de secreção pulmonar que será aspirado por meio de um sugador. Este processo poderá provocar tosse e incômodo passageiro.

No progresso da melhora, a equipe da UCo vai constatar a possível liberação do respirador, usando a opção mais cômoda de máscara sobre o nariz e a boca, disponibilizando oxigênio umedecido. A presença da umidade ajuda na liberação da secreção nos pulmões e alivia o desconforto na garganta. A enfermagem e/ou a fisioterapia irão encorajar o paciente a tossir e respirar fundo frequentemente, para ajudar a expulsar secreções.

Após a remoção do tubo de respiração, a enfermagem oferecerá a você pequenos pedaços de gelo, preparando, vagarosamente, para a ingestão líquida e posterior alimentação sólida. Você será capaz de beber líquidos e comer algumas horas após a extubação (retirada do tubo da boca), dependendo do andamento de sua recuperação, mas as porções serão em quantidade pequena e controlada.

Enquanto na UCo, você estará permanentemente conectado a um equipamento médico especializado para monitorar principalmente suas funções cardíacas e pulmonares. Estas máquinas emitem sons característicos (um bipe). A enfermagem e o médico vão utilizar essas máquinas para, com frequência, avaliar seus sinais vitais (temperatura, pulso, respiração, pressão arterial, etc.).

Durante a cirurgia, de um a três tubos são inseridos na cavidade torácica. Estes tubos drenam o excesso de ar e/ou sangue do tórax. Eles são conectados a um aparelho que gera uma pequena pressão negativa (vácuo) para ajudar na drenagem do tórax. Os drenos são, geralmente, removidos após a avaliação da equipe cirúrgica. A previsão é que o dreno permaneça por 48 horas, dependendo apenas da evolução na recuperação.

Outro tubo de pequeno diâmetro (dreno Blake ou dreno de sucção) poderá ser introduzido no seu peito, de acordo com a avaliação do cirurgião ou do assistente, também dependendo da evolução na recuperação.

Também faz parte desse processo, a presença de um a quatro fios finos (geralmente, dois cabos eletrodos), introduzidos na porção inferior do peito. Estes são os fios do aparelho de marca-passo que são inseridos durante a cirurgia. Às vezes, o coração bate lentamente e precisa de um marca-passo temporário no pós-cirúrgico. por A remoção desses fios de marca-passo é feita pouco antes de você da liberação para alta.

É usado, para monitorar a produção de urina, uma sonda vesical introduzida pela uretra até a bexiga. A presença dessa sonda pode provocar em você uma sensação contínua ou não de vontade de urinar. A enfermagem sempre avaliará este sistema. A sua retirada se dará, geralmente, de um a dois dias após a operação.

Um cateter fino é introduzido em uma artéria do paciente (no pulso, na virilha ou no pé), chamado linha arterial, para o monitoramento hemodinâmico (pressão arterial contínua e outras medidas) e para a retirada de sangue arterial, com o fim de análise laboratorial

Poderá ocorrer que você necessite de insulina, mesmo não tendo uma história de diabetes. Isto se deve ao estresse da cirurgia, que pode aumentar os níveis de glicose no sangue. Você perceberá que os enfermeiros e médicos estarão constantemente ao seu redor, examinando sua evolução. Por isso, dormir por longos períodos pode ser difícil.

Você permanecerá na UCo aproximadamente por 48 horas, dependendo da recuperação. O tempo vai variar de acordo com as necessidades e a melhora. Você poderá sentar-se, após a retirada do respirador e tendo a pressão arterial estável.

5.2 - Qual é o horário da visita na UCo e quais são as exigências?

Sua família será informada dos horários de visita na UCo. A primeira visita da família será restrita a 10 minutos. Depois disso, as visitas serão coordenadas pela enfermagem. A visita extra e com horário expandido dependerão da autorização do coordenador da UCo, obedecendo às normas do hospital. Pedimos que a visita na UCo seja restringida ao mínimo possível. Por favor, identificar-se na recepção do hospital e também na UCo.

Visitantes com idade inferior a 12 anos terão de esperar do lado de fora da UCo. O possível acesso será com autorização especial do chefe da UCo.

5.3 - Para onde irei após ter alta da UCo?

Sendo liberado da UCo, você será transferido para o quarto. Ali os cuidados continuam, com a verificar seus sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura e débito urinário) a beira do leito. Você permanecerá no quarto até sua alta hospitalar.

À medida que a recuperação for acontecendo, será também espaçado o tempo da leitura dos sinais vitais, chegando ao intervalo de 6 em 6 horas.

O atendimento no quarto favorece os cuidados de fisioterapia respiratória, para a eliminação de secreções e aumento da atividade física (andar nos corredores do hospital).

Para melhorar a capacidade de seus pulmões, o enfermeiro e/ou fisioterapeuta vão lhe dar instruções sobre o uso do espirômetro com bolinhas (incentivo). Poderá ser necessário um tratamento respiratório especial para você, dependendo da sua performance pulmonar. O espirômetro de incentivo com bolinhas será usado a cada hora.

No quarto, você deve, no máximo possível, ficar fora da cama, caminhando ali ou no corredor. Ficando cansado, assentar-se na poltrona. Tomamos o cuidado de orientar o paciente para não se levantar da cama e não caminhar sozinho enquanto estiver dentro do hospital. A enfermagem e a fisioterapia irão ajudá-lo com essas atividades.

A fisioterapia administrará a você os exercícios físico-respiratórios necessários. As atividades físicas atenderão a uma proposta crescente e controlada: sentar-se na cadeira própria, ajudar com o seu banho, evoluindo para caminhadas curtas no corredor.

Havendo dor, a enfermagem já tem a solução médica prescrita. Vale ressaltar que o nível de intensidade e tolerância a dor é diferente entre as pessoas. Por isso é que o seu relato sobre dor a enfermagem é fundamental para que o médico prescreva o medicamento ideal recomendado. Geralmente, o médico prescreve a menor dosagem de medicamentos para dor, devido a possibilidade de graves efeitos colaterais, se tomado em altas dosagens.

É importante que você relate imediatamente qualquer dor ou mal estar para a enfermagem. Você vai ter disponível no leito um BOTÃO DE CHAMADA, bem a seu alcance. Não hesite em acioná-lo ao se sentir desconfortável.

A família pode visitá-lo no quarto, obedecendo às normas do hospital. Um membro adulto da família ou acompanhante é imprescindível para estar com você no quarto durante as 24 horas do dia. Dependendo do tipo de acomodação, o apartamento pode ser equipado com uma poltrona e um pequeno sofá, próprios para o acompanhante descansar.

5.4 - Qual é o horário da visita no quarto e quais são as exigências?

Entendemos que os visitantes têm um impacto positivo sobre o processo de cura dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca e assim todos os visitantes são bem-vindos, incluindo crianças com idade superior a 12 anos, se o paciente assim o desejar e se as normas do hospital permitirem.

A supervisão de um adulto é necessária para as crianças que estão visitando, controlando o barulho e a perturbação, e cuidando da segurança das crianças. A estadia da criança deve ser o menor tempo possível.

Pedimos que os visitantes sejam respeitosos quanto aos níveis de ruído (barulho), às interrupções e ao tempo que lhes foi concedido para a visita.

Chamadas telefônicas para o paciente só são permitidas até as 22 horas, seguindo as normas do hospital.

Quando houver disponibilidade no hospital, poderão ser alugados serviços de TV. Deverá ser perguntado aos atendentes como fazê-lo.

O hospital possui uma lanchonete para eventuais refeições do acompanhante e/ou familiares. Deverá ser perguntado aos atendentes como chegar até lá.

O médico plantonista ou a enfermagem estará disponível para avisá-lo e ajudá-lo com os procedimentos de alta hospitalar, se necessário for.

5.5 – Vou continuar a fazer exames enquanto no apartamento?

Enquanto você estiver no quarto, a equipe continuará a avaliar o seu coração e outros órgãos, e radiografias de tórax (raio X), ecocardiogramas (ECO) e eletrocardiogramas (ECG) serão realizados, quando necessários.

A radiografia de tórax visa avaliar a condição de seus pulmões (se foram expandidos), e observar se algum fluido ou congestionamento está presente.

Ecocardiogramas servem para mostrar a anatomia e como o seu coração está funcionando.

Eletrocardiogramas visam mostrar o ritmo cardíaco, detectar possíveis arritmias e outras condições.

As amostras de sangue coletadas servem para mostrar como seu corpo está funcionando após a cirurgia, e ajudam a ajustar a sua dose da medicação.

5.6 - O que são esses fios em meu peito?

Você poderá ter fios de marca-passo no peito ao sair da sala de cirurgia. Um pequeno aparelho chamado gerador de marca-passo poderá estar ligado a estes fios, se necessário. Os fios em seu peito (cabos eletrodos) serão cobertos com um curativo pequeno e serão removidos aproximadamente de dois a cinco dias após a cirurgia. Dependendo da necessidade, o período de permanência dos fios de marca-passo pode ser prolongado.

O coração pode se portar de forma diferente logo após a cirurgia. Aproximadamente 30% dos pacientes desenvolvem um ritmo cardíaco irregular, chamado fibrilação atrial. Na maioria das vezes, isso é controlado com medicação e reverte para um ritmo regular antes de ir para casa.

5.7 - Quanto tempo vou ficar com os pontos da cirurgia?

Muitas das suturas serão realizadas com fios absorvíveis, desaparecendo com o tempo. Poderá haver a necessidade de se utilizar tiras adesivas estéreis de papel aplicadas na cicatriz cirúrgica, quando os bordos da pele ficarem secos e bem unidos, com a função de proteção mecânica adicional. Caso a ferida cirúrgica apresente fissuras com exteriorização (saída) de secreções, as fitas não são usadas. Neste caso, ela deverá ser coberta com gases. Lembrar de avisar imediatamente ao cirurgião responsável ou seu auxiliar sobre tais secreções.

Quando a ferida se apresenta normal e seca, a fita pode ser usada e deve ser removida gradualmente, uma semana depois de estar de alta em casa. Em hipótese alguma a fita deverá ser retirada e uma nova recolocada a cada dia, porque o fato da retirada da fita poderá agredir a ferida cirúrgica, aumentando o risco de infecção.

Você receberá instruções sobre este assunto por ocasião da alta do hospital.

5.8 - Quando posso tomar um banho?

Você pode tomar banho quando estiver no quarto, desde que se sinta bem, com força muscular e equilíbrio adequado. Certamente, deverá estar com seus sinais vitais normais, acompanhado e sob autorização/supervisão da enfermagem. O fluxo de água do chuveiro não deve incidir diretamente sobre as incisões. Use sabão neutro. A enfermagem irá auxiliá-lo nesta tarefa, se necessário.

5.9 - Como me sentirei após a cirurgia?

No inicio do período de recuperação, você experimentará um estado de fraqueza de leve a moderada, devido a anemia, a perda de proteínas e a perda de eletrólitos durante a cirurgia. Geralmente a dor é pequena, podendo haver oscilações com o aumento progressivo de sua movimentação.

Você pode experimentar muitas sensações diferentes que podem ser devido ao estresse consequente à falta de sono e à atividade constante de médicos, enfermagem, aos serviços de apoio e às visitas em seu quarto. Experimentará também a oscilação de pessoas conhecidas e desconhecidas adentrando o quarto.

Você poderá passar um período se sentindo desanimado, que geralmente ocorre nas primeiras semanas após a cirurgia. É comum ter dificuldade em focalizar a vista e concentrar-se, na primeira ou segunda semana após a cirurgia. Com o aumento da atividade você voltará a sentir-se melhor.

O sentimento de desânimo deve desaparecer e sua capacidade de concentrar-se deve melhorar. Muitas vezes, você pode sentir-se inquieto e ter dificuldade para dormir à noite. O médico receitará medicamento para dor e para induzir o sono, se necessário. Pergunte ao médico sobre medicamentos caso esteja com dor e com dificuldade de dormir. O hospital somente disponibiliza esses medicamentos caso sejam solicitados e estejam prescrito pelo médico.

5.10 - Por que estou com falta de apetite?

Devido à diminuição da atividade e da medicação, o apetite fica diminuído. Iremos incentivá-lo a comer tanto quanto você puder e completar a sua dieta de acordo com a recomendação dos profissionais da nutrição do hospital. É importante neste momento oferecer ao seu corpo alimentos ricos em proteínas para ajudar a cura das feridas. Se você quiser falar com o/a nutricionista, solicite a enfermagem.

5.11 - O que posso comer?

O seu médico pode indicar para você uma dieta com pouco sódio. Por isso você não poderá adicionar sal nas suas refeições. Modificações dietéticas ou ajustes em sua dieta podem incluir restrições calóricas, de sódio, de gorduras ou de colesterol. É importante compreender a necessidade do uso de alimentos saudáveis que façam bem para o seu coração recém-operado. Se você quiser falar com um nutricionista, solicite a enfermagem.

5.11.1 - Objetivos da Terapia Nutricional:

  • Reduzir a ingestão de gordura total e reduzir 30% da ingestão calórica total e limitar gorduras saturadas, tanto quanto possível;
  • Limitar ou evitar alimentos ricos em colesterol;
  • Redução de sódio;
  • Alcançar e manter um peso corporal adequado;
  • Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras;
  • Redução de cafeína.

5.12 - Por que devo me exercitar fisicamente?

O exercício físico ajuda a evitar complicações como: congestão pulmonar (pneumonia) e coágulos de sangue nas pernas (trombose). É importante começar a andar no quarto e fora do quarto o mais rápido possível.

Todo recém-operado se sente cansado após a cirurgia. No entanto, é extremamente importante o exercício para os músculos. A fisioterapia vai atendê-lo e planejar uma rotina de exercícios para você tanto no hospital, como em casa.

A Equipe do Coração quer encorajá-lo fortemente para que você siga as instruções da fisioterapia, para que você tenha uma recuperação estável e completa. Nós também daremos instruções sobre as precauções a serem empregadas com o osso esterno.

Estas precauções visam ajudá-lo a proteger o seu peito, o seu osso esterno e sua ferida cirúrgica (incisão). Até seis semanas depois da cirurgia, você não pode levantar nada mais pesado do que cinco quilogramas. Você deve andar, pelo menos três vezes ao dia, antes de receber alta hospitalar.

5.13 - Vou tomar remédios?

Cada pessoa recebe medicamentos diferentes, dependendo de seu caso e das condições. Tão logo saia do hospital, é necessário que você adquira os medicamentos prescritos pelo médico, na farmácia de sua preferência.

Você receberá informação por escrito sobre os seus medicamentos (receita médica). Tome apenas os medicamentos prescritos para você no momento da alta hospitalar, contidos na receita médica.

Lembre-se de falar com o seu cardiologista a respeito das medicações que você tomava anteriormente. Isto é de grande importância. Você não deve misturar os medicamentos da receita do cardiologista (antes de operar) com a receita do cirurgião (depois de operado). Sua família não deve trazer quaisquer medicamentos de sua casa para o hospital, a menos que o seu médico peça para trazê-los.

5.14 - Por que me pedem para tossir?

Os efeitos da anestesia, decréscimo da atividade física e a respiração superficial fazem com que seus pulmões se tornem suscetíveis a congestionamento, colapso parcial e produção de secreções. A fisioterapia e a enfermagem irão ajudar você a tratar deste inconveniente. É importante que você tussa e faça respiração profunda com frequência para evitar o congestionamento, colapso pulmonar e/ou pneumonia.

Ocasionalmente, pode ocorrer uma tosse involuntária e contínua, com ou sem secreção pulmonar, que requer cuidados médicos. Caso esse tipo de tosse apareça, acione imediatamente a enfermagem e o cirurgião responsável ou seu assistente.

5.15 - Por que estou com inchaço nas minhas pernas?

A cirurgia de ponte de safena (revascularização do miocárdio) utiliza principalmente a veia safena (grande veia das pernas) para servir como pontes no coração. Ela é retirada das pernas. Após a cirurgia, a falta da veia safena na perna faz com que a circulação fique temporariamente prejudicada, até que a circulação colateral seja estabelecida (o que ocorre depois de algum tempo, geralmente, de um a três meses, variando de paciente para paciente).

Enquanto a circulação não está perfeita, a perna fica inchada (com edema). Uma recomendação básica é manter as pernas elevadas, enquanto estiver sentado ou deitado. Esta providência pode ajudar a reduzir o inchaço. Também pode ser conveniente a utilização de meias elásticas especiais para compressão, a critério médico, durante um período. Lembre-se de não cruzar as pernas, porque esta posição prejudica a circulação. Para diminuir o risco de formação de coágulos nas pernas (trombose venosa), o paciente poderá receber injeções de heparina (anticoagulante) em seu abdome, enquanto estiver no hospital.

5.16 - Quando estarei pronto para receber alta hospitalar?

Cada paciente tem um ritmo próprio de recuperação. Você poderá começar a pensar em ter alta quando notar que as suas atividades físicas estão ficando menos extenuantes e os pontos cirúrgicos no seu peito estão curando (boa cicatrização). A duração normal de permanência no hospital é de quatro a sete dias.

5.16.1 - Para receber alta hospitalar você deve:

  • Possuir sinais vitais estáveis;
  • Seu sangue arterial deve estar bem oxigenado;
  • Ser capaz de andar e permanecer firme em seus pés (equilíbrio);
  • Ter resultados laboratoriais (sangue) dentro da normalidade e não ter sinais ou sintomas de infecção;
  • Ser capaz de tolerar alimentos regulares e ter um movimento intestinal normal;
  • Se você é usuário de medicação anticoagulante, você poderá precisar de mais tempo no hospital, até que o teste de sangue, conhecido como o TP e INR, mostre um nível adequado, conforme avaliação do seu médico.

5.16.2 - Planejamento para a alta hospitalar:

  • Preparar alguém para ficar em casa com você durante a primeira semana após a alta;
  • Os familiares estarão conscientes da necessidade de roupas para seu retorno para casa. É importante que supram isto um dia antes de você receber alta;
  • Antes de receber os documentos de alta, não esquecer de comentar com a enfermagem sobre todas as necessidades pessoais (andador, cadeira de rodas, as receitas médicas etc.).

5.17 - E sobre o meu retorno para casa?

É importante organizar seu retorno ao lar para o início da manhã. Se necessário, pedir aos amigos ou familiares que vieram buscá-lo, para transportar a bagagem, poupando sua força. Se o retorno for uma viagem que levará várias horas, é importante que seus familiares tragam um travesseiro e um cobertor para que você possa descansar mais comodamente. Use o banco de trás e viaje sozinho nele. É prudente que você faça pequenas paradas durante viagem, principalmente se o percurso durar mais de uma hora. Nas paradas, caminhar um pouco e exercitar as pernas (se o clima e as condições permitirem).

Se o deslocamento se der por avião, fazer as reservas tão logo possível. No aeroporto, você pode solicitar ajuda especial para a bagagem, cadeiras de rodas ou serviço de transporte. Você não deve usar roupas apertadas (restritivas) nem pesadas, nem calças de tecido grosso (jeans).

Sob certas circunstâncias, no caso de viagem aérea e dependendo do andamento da preparação para alta, podemos pedir-lhe para permanecer mais um ou dois dias no hospital, antes de voar para casa.

5.18 - Quando posso me considerar totalmente recuperado?

A melhora de cada paciente é muito individual. Você se sentirá melhor alguns dias do que em outros. Semana após semana, você vai notar que suas forças aumentarão progressivamente e que está poderá desenvolver mais atividades.

Na primeira semana cuide muito bem da higiene, da limpeza pessoal, pratique leitura, pratique também a escrita (escreva um diário a respeito de seu progresso, por exemplo), visite algum amigo que more perto, cuja casa você pode alcançar caminhando e descansando.

Busque desenvolver atividades que preencha o seu dia. Siga a rotina de exercícios que a fisioterapia recomendar. Evite dormir durante o dia, exceto para um pequeno cochilo, se necessário. Se você dormir demais durante o dia, certamente não será capaz de dormir à noite. Isso pode configurar um padrão de noites sem dormir e durante o dia se sentir cansado.

Geralmente, a maioria dos pacientes de cirurgia cardíaca está de volta às suas atividades e rotinas normais em um período três a quatro meses após a cirurgia.

5.19 - Como devo cuidar das incisões no meu corpo (cicatrizes)?

Lave as incisões da perna, braço e peito cuidadosamente com água e sabão neutro. Não esfregue ou use qualquer tipo de esponja. Use sabão neutro de preferência em todo o corpo. Seque as incisões delicadamente até que elas sarem completamente.

Não aplique qualquer hidratante como babosa, manteiga de cacau, ou creme de vitamina “E”, se a sua incisão tiver quaisquer áreas abertas (comunique ao seu cirurgião se elas existirem).

A incisão pode apresentar um desconforto periódico (repuxamento, fisgadas etc.) por causa do processo de cicatrização, das mudanças climáticas ou devido à "rigidez matinal" da pele e dos músculos.

Você NÃO pode aplicar calor suave (bolsa de água morna) na incisão, porque podem ocorrer queimaduras em uma região da pele que está com sensibilidade alterada (menor) pelo trauma cirúrgico.

Você pode tomar a medicação analgésica receitada pelo médico, para aliviar o desconforto.

Normalmente, ao redor das incisões haverá uma coloração rosa, que irá gradualmente diminuir com o tempo. Isto costuma levar de seis meses a um ano para uma recuperação completa. Você também pode experimentar alguma dormência em ambos os lados de sua incisão. Isto pode persistir por meses, mas vai gradualmente desaparecer com o tempo.

IMPORTANTE: Qualquer sinal anormal na cicatriz, como coloração muito avermelhada e quente, sugerindo sinal de infecção, deve ser comunicado imediatamente ao seu cirurgião ou assistente cirurgião.

5.19.1 – Sinais de alerta que requerem contato com o cirurgião:

IMPORTANTE: Contatar seu cirurgião se ocorrerem os seguintes casos:

  • Aumento contínuo da dor nos locais da incisão;
  • Falta de ar;
  • Palpitação (coração acelerado);
  • Ferida aberta com drenagem de líquidos;
  • Incisão inchada, vermelha, quente ou sensível ao toque;
  • Protuberância próxima da incisão.

Meça a sua temperatura duas vezes ao dia, de manhã e à noite, e anote-as em folhas (ou caderno) que poderão ser apresentadas para o médico, caso necessário. Na anotação não se esquecer de colocar o dia, a hora e a temperatura medida. Se a sua temperatura estiver maior que 37,5 °C tome o antitérmico receitado e notifique seu cirurgião ou ao assistente cirurgião.

5.20 - Por que estou com dor nos ombros?

É natural que o desconforto no local da incisão poderá provocar uma tendência a má postura. Cuidado para não assumir essa comodidade, abaixando a cabeça e os ombros para frente. Procure manter uma boa postura tanto quanto possível, costas eretas, quer estando assentado, de pé ou mesmo andando.

Dormência e formigamento, ocasionalmente, podem aparecer nas mãos e nos braços. Isto será temporário.

A sensação desconfortável poderá ocorrer também na coluna vertebral, mas será sanada à medida que a recuperação se processa. Sempre informar ao seu cirurgião ou assistente cirurgião a presença de tais desconfortos.

5.21 – Existe alguma cartilha com informações diversas?

Seu cirurgião ou o assistente cirurgião vai indicar um endereço eletrônico com informações e orientações básicas. Ela conterá informações sobre a alta e a continuação da recuperação. Nessa pasta há tópicos falando sobre nutrição (o que comer e o que não comer), diabetes, fisioterapia, reabilitação cardíaca e pulmonar. O cirurgião ou o assistente cirurgião informará sobre o site adequado que pode ser consultado na internet.

5.22 – Qual é a importância de avaliar meu peso diariamente?

É importante pesar-se todos os dias para ter certeza de que você não está ganhando peso muito rapidamente, o que indica que está havendo retenção de líquidos. É recomendação pesar-se antes do almoço e após urinar, todas as manhãs, nas duas ou três semanas após a alta, ou até a sua primeira consulta com o médico (geralmente, quando os pontos são retirados das incisões).

Anotar, cuidadosamente, as pesagens feitas, com data e hora. Usar sempre a mesma balança. Este rito de pesagem fica mais preciso se mantiver o mesmo padrão de roupas. Notificar seu médico se você ganhar mais de quatro quilos no período de um a dois dias, se você sentir falta de ar ou se aparecer inchaço das pernas. Se seu peso variar ao redor de cinco quilos, para mais ou para menos, desde o início da pesagem em casa, pode ser que houve retenção de líquidos (responsável pelo aumento de peso) ou perda muito rápida de líquidos (responsável pela perda de peso).

Não deixar de comunicar tais ocorrências a seu médico.

Não planejar qualquer dieta de emagrecimento durante o primeiro mês após a cirurgia. Seu organismo precisa das necessárias proteínas e nutrientes para curar-se corretamente.

5.23 – Vou fazer fisioterapia?

O fisioterapeuta informará sobre o plano de exercícios físicos indicados para você, estando ainda no hospital. Os exercícios prescritos, com a presença do terapeuta e em outros momentos, precisam ser feitos fielmente. O programa de exercícios é planejado para aumentar gradualmente a sua atividade física, para que você recupere o seu nível de atividade normal. Essa recuperação será lenta e gradual.

O estado do período de recuperação vai alternar entre dias melhores e piores. Isto é natural. Você deve participar de um programa de reabilitação cardíaca estruturada. Durante um período de 3 meses, não fazer atividade alguma com os braços. Você deve andar cada vez mais tempo a cada semana.

Lembre-se, a atividade diária planejada ajudará a curar-se de forma mais rápida.

5.24 - Quais são os benefícios da reabilitação cardíaca?

  • Aumentar a força e resistência do seu coração;
  • Diminuir o congestionamento em seus pulmões;
  • Dar-lhe mais energia;
  • Relaxar os músculos do peito por meio dos alongamentos;
  • Aumentar sua confiança;
  • Aumentar a chance de você receber alta mais precocemente;
  • Ajudar a disciplinar-se na dieta e no estilo de vida mais saudável.

5.25 - Quando vou poder usar as escadas?

Já na primeira semana, você poderá fazer tentativas cuidadosas de subir ou descer poucos degraus, e isso uma vez de manhã e outra vez à tardinha. Nada de pressa. Tudo com segurança, bem devagar.

Se você ficar cansado, sentir falta de ar, tonturas durante esse esforço, sentar-se no degrau e descansar. Não se esquecer de dizer ao fisioterapeuta que há escadas em casa. Isso permitirá o profissional incluir essa atividade em seu programa de exercícios.

5.26 - Quando estarei apto para trabalhar?

Normalmente, o retorno à atividade profissional leva cerca de um a três meses após a cirurgia, mas pode variar de acordo com o tipo de cirurgia, o tipo de trabalho e o processo de recuperação do paciente. Este assunto deverá ser avaliado com o seu médico para conclusão da orientação adequada.

5.27 - Quando poderei dirigir meu carro?

Geralmente, o processo de cura do osso esterno (cicatrização) pode causar desconforto, dor e fisgadas. A condução de veículos, no período abaixo de noventa dias, não deve ser tentada. O parecer do médico para tal atividade é fundamental. Prudente, é nesse período ser apenas um passageiro.

5.28 - Quando é que posso retomar a atividade sexual?

Em geral, você está capaz de retomar as atividades sexuais quando você puder subir dois lances de escadas ou andar dois quarteirões, sem fadiga. A atividade sexual, como acontece com qualquer outra, deve ser adiada até que você esteja descansado. Este assunto deverá ser discutido com seu médico.

5.29 - Posso levantar algum peso?

Evite levantar mais que 5 quilos durante as primeiras seis semanas. Levantar um objeto pesado irá esticar seus músculos e repuxar a pele em seu peito. Isto irá levar a desconforto e possível dor, além de poder retardar a cura do esterno. Portanto, não levante crianças, animais de estimação, compras, sacos de lixo etc. Evite abrir janelas ou portas que exijam muita força, ou quaisquer atividades que exija esforço extenuante. Evite empurrar, puxar e carregar objetos para cima ou para baixo em colinas.

5.30 - Devo parar de fumar?

Sem o cigarro, seus pulmões ficam mais limpos. Seu sangue transporta mais oxigênio. Sem fumar, seu coração não sofre os efeitos tóxicos da inalação da fumaça do cigarro. Faça um esforço para parar de fumar a partir de agora. Peça às pessoas ao seu redor para não fumar na sua presença. Na internet tem muitos sites com dicas importantes sobre como parar de fumar.

Além disso, consultar o seu cardiologista clínico sobre terapia auxiliar para parar de fumar (por exemplo: chiclete de nicotina, emplastos e medicações específicas).

É importante você se conscientizar que a continuação do hábito de fumar causará mais danos à sua saúde.

5.31 – Quais serão os medicamentos quando for para casa?

Os medicamentos poderão sofrer mudança após a cirurgia. Importante manter-se fiel à prescrição dos medicamentos prescritos pelo seu médico no momento da alta. Nada mais. A enfermagem, e o médico vão dar informações sobre os medicamentos que você vai usar em casa.

Importante lembrar-se que a dieta de medicamentos antes da cirurgia precisa ser do conhecimento de seu cirurgião, que irá avaliá-los. Só ele poderá dizer se você retorna a tais medicamentos após a cirurgia ou não.

5.32 - Quanto tempo posso sentir dores no local da cirurgia?

Por algumas semanas após a cirurgia, você pode sentir uma dor generalizada, especialmente em seu ombros e suas costas. Tal ocorrência se deve a contundência sofrida por músculos e articulações sofridos durante a cirurgia. Lembre-se, a recuperação é lenta, mas se completará no período de seis meses, totalmente.

Na sua alta, a prescrição de analgésico em caso de dores mais fortes, já está inclusa na receita. Após quinze dias, provavelmente, você não fará uso de medicamento mais forte para dor. Ele pode ser substituído por um medicamento mais fraco, prescrito pelo seu médico.

Se a artéria usada como enxerto na cirurgia foi torácica interna esquerda (mamária), você poderá sentir um desconforto (ardor e/ou formigamento) ao longo do lado esquerdo do peito. Caso tenham sido utilizadas as duas artérias mamárias, o desconforto ocorrerá nos dois lados do peito. Este desconforto irá melhorar gradualmente ao longo de várias semanas após a cirurgia, mas você poderá ter alguma dormência residual na pele por vários meses.

5.33 - Quando voltarei ao cirurgião ou assistente cirurgião para uma revisão?

Entre quinze a vinte após a cirurgia, se dará a sua visita ao cirurgião, ocasião da retirada dos pontos.

Esse retorno deve ser agendado contatando o consultório do cirurgião.

Outra consulta deve ser agendada para o período entre 40 a 60 dias após a cirurgia, para reavaliação cirúrgica.

5.34 - Medicação Especial

5.34.1 - Medicação anticoagulante para pacientes submetidos à cirurgia de troca de válvulas (mitral ou aórtica):

O medicamento anticoagulante, popularmente conhecido como "afinador do sangue", ajuda a prevenir a formação de coágulos em seu sangue. Todo paciente que precisou fazer troca de válvula (mitral ou aórtica), por prótese mecânica, necessita de medicação anticoagulante. Como o sangue passa através de válvula (especialmente a válvula mecânica), há uma tendência para a formação de coágulos sanguíneos, o que significa que, ao longo da vida, você terá de tomar a medicação anticoagulante continuamente.

Os pacientes que fizeram a troca da válvula (mitral ou aórtica), por prótese biológica, são menos susceptíveis a formação de coágulos. Se você tem uma válvula biológica implantada, poderá precisar de medicação anticoagulante por cerca de seis semanas, segundo critério do cirurgião. Você também poderá necessitar de tomar aspirina (antiagregante) diariamente, a critério médico.

Os exames de sangue chamados tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) e seu derivado, índice internacional normalizado (INR), devem ser feitos dentro de dois a três dias após receber alta hospitalar, quando já estiver em casa. O médico que receitou a medicação anticoagulante irá dizer-lhe o quanto deve tomar diariamente e quando deve fazer novos exames laboratoriais (TP, TAP e INR) para medir a taxa de coagulação de seu sangue. Geralmente, você precisará fazer exame de sangue uma a duas vezes por semana, para que o médico possa ajustar corretamente o medicamento. O objetivo é estabelecer a dose contínua ideal de medicação anticoagulante para manter seus níveis de TP, TAP e INR constantes, nos valores recomendados para portadores de prótese valvular cardíaca.

Quando os resultados de seus exames de sangue mostrarem estabilização na taxa de coagulação, a critério do seu médico, você passará a só precisar fazer o exame de sangue uma vez por mês.

5.34.2 – Quais os cuidados que preciso ter se estou usando medicação anticoagulante?

Evitar medicação anti-inflamatória não-esteroidal, como remédios para resfriado, analgésicos, medicamentos para artrites, antibióticos e outros, porque eles podem alterar os efeitos do anticoagulante. Você só deve tomar os medicamentos prescritos pelo seu médico. Lembre-se de notificar a qualquer médico que você faz uso de anticoagulante, para evitar a prescrição de medicamentos conflitantes.

Limitar a ingestão de alimentos ricos em vitamina K, como vegetais folhosos verdes escuros (couve, espinafre, brócolis etc.) e peixes (truta, salmão, atum etc.). Limitar a ingestão de bebidas alcoólicas (vinho, uísque, cerveja etc.) para um ou dois drinques por dia, no máximo, se desejado. No dia anterior ao do seu exame de sangue (TP, TAP e INR), evite os alimentos acima e a ingestão de bebida alcoólica.

É conveniente que a medicação anticoagulante seja tomada todo dia, na mesma hora. Não pare esta medicamento ou altere a dose recomendada, sem uma ordem médica específica. Se você tem alguma dúvida sobre a sua terapia de anticoagulação, certifique-se de pedir maiores esclarecimentos ao seu médico. Por favor, mantenha um diário registrando o uso da medicação anticoagulante, para evitar perder uma dose ou tomá-la duas vezes.

Relate imediatamente ao seu médico caso a urina esteja avermelhada (sangue na urina), bem como fezes negras, hemorragias nasais prolongadas, novos ou irregulares períodos menstruais, sangramento nas gengivas, hematomas por quaisquer razões desconhecidas ou cuspir/tossir com expectoração rosada ou com raias de sangue. Além disso, os casos de forte dor de cabeça ou alteração dos níveis de consciência (sonolência) e lucidez, devem também ser relatados ao seu médico imediatamente.

Se você notar qualquer inchaço (edema) ou sentir alguma dor incomum, deve ligar para o médico que cuida de sua terapia de anticoagulação e relatar o que está acontecendo.

A ocorrência de eventual trauma na cabeça deve ser sempre examinada por um médico. Havendo dor de cabeça, vômitos descontrolados, visão turva ou confusão/sonolência, pode indicar hemorragia interna. Você deve ligar para o médico que cuida de sua terapia de anticoagulação e relatar o acontecido.

Notificar o médico que cuida de sua terapia de anticoagulação sobre quaisquer procedimentos diferentes que necessitará fazer, como: extração dentária, biópsias, procedimentos urinários, colonoscopia, enema de bário, cirurgia de catarata etc.

Além disso, informar ao médico de outras especialidades e ao dentista que você está em tratamento com medicação anticoagulante.

Evite situações que tenha alto risco de lesão (a prática de esportes de contato, uso de lâmina de barbear de ponta reta, andar descalço, etc.) uma vez que você tem uma maior tendência para a hemorragia.

Leve consigo permanentemente um cartão de identificação e use um bracelete contendo informações para servir de alerta para o médico ou para informar outros profissionais de saúde de que você está sob terapia anticoagulante

5.35 - O que devo saber agora que tenho uma prótese valvular?

5.35.1 - Prevenção da infecção na válvula:

Para evitar que uma infecção (endocardite) ocorra em um anel e/ou prótese implantados, você deverá receber antibióticos, que serão ministrados antes de quaisquer procedimentos cirúrgicos, com a finalidade de NÃO permitir que as bactérias provoquem infecção nas próteses.

5.35.1.1 - Recomendações preventivas após uma cirurgia valvular:

  • Usar antibiótico profilático antes de procedimentos odontológicos (limpeza completa com remoção de tártaro, tratamento de cárie, extração de dentes, tratamento de canais, tratamento da gengiva ou feridas);
  • Usar fio dental após cada refeição;
  • Adotar métodos para reduzir o tártaro conforme recomendação de seu dentista;
  • Usar antibiótico profilático antes de procedimentos cirúrgicos como a colonoscopia, cistoscopia, biópsias da próstata, ou outros procedimentos.

IMPORTANTE: caso você use anticoagulante, informe ao seu dentista e, posteriormente, ao seu médico se a dosagem de medicação anticoagulante deve ser diminuída ou parada antes de qualquer um dos procedimentos cirúrgicos acima.

5.35.1.2 - Sinais e sintomas de infecções comuns:

Avise o seu médico de família se você tiver qualquer um dos seguintes sinais ou sintomas:

  • - Respiratória: febre superior a 37,5 °C e/ou tosse com secreção branca, amarelo ou verde;
  • - Urinária: febre superior a 37,5 °C e/ou queimação, frequência, urgência ou dificuldade para urinar;
  • - Sangue: qualquer febre que dure mais de dois dias e é acompanhada de calafrios, fraqueza e sentimento geral de problemas com a saúde.

ATENÇÃO: em caso de febre você deverá tomar medidas da temperatura, de 4 em 4 horas (anotar data e horários) e apresentar ao seu médico. É importante para o diagnóstico saber se a febre se apresenta de forma contínua ou ocasionalmente (episódios).

5.35.2 – Vou receber uma carteirinha por ser portador de prótese valvular cardíaca?

Você receberá um cartão de identificação da válvula implantada em seu coração, que conterá informações sobre o tipo, modelo e tamanho dela. Sempre portar este cartão de identificação. Lembre-se que você deve relatar a qualquer médico ou dentista que você é portador de prótese cardíaca, alertando sobre uma possível necessidade antibióticos profiláticos previamente.

5.35.3 – Minha válvula vai fazer barulho (clique)?

A válvula mecânica pode produzir um som de clique quando ela se fecha. Alguns pacientes são mais sensíveis a estes sons do que outros. O ruído pode ter o seu volume aumentado, dependendo da atividade que você estiver realizando.

Você poderá escutar o ruído da válvula mesmo quando estiver em repouso. Com o passar do tempo, a maioria dos pacientes se acostuma com o ruído da válvula, que passa a não ser mais percebido.

6 - A Equipe do Coração

6.1 - O que significa “Equipe do Coração”?

A Equipe do Coração é responsável por todos os aspectos cirúrgicos de seu tratamento, e é composta por cardiologistas, anestesiologista, intervencionistas, cirurgiões, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e demais profissionais de cuidado da saúde do seu coração. Eles estarão a postos para prestar o melhor atendimento possível, visando seu bem estar e conforto. Cada hospital disponibiliza seus próprios profissionais especializados que compõem a Equipe do Coração.

O seu cirurgião irá explicar o procedimento cirúrgico no coração, seus riscos e benefícios, baseado nos últimos avanços médicos.

Você terá a oportunidade de esclarecer dúvidas e fazer perguntas que você ou sua família pode ter em relação a cirurgia de coração.

Por favor, não hesite em perguntar aos membros da Equipe do Coração quaisquer dúvidas que surgirem, em qualquer tempo (antes ou depois da cirurgia).

Durante a consulta com o cirurgião você receberá um TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO que deverá ser assinado antes da cirurgia.

6.2 - Nossa Equipe do Coração está apta para oferecer tratamento cirúrgico completo em doenças do coração, tais como:

  • Revascularização do miocárdio (ponte de safena);
  • Reparação (plastia) e troca das válvulas do coração;
  • Cirurgia pediátrica (doenças congênitas e outras);
  • Cirurgia das doenças da aorta;
  • Cirurgia das carótidas;
  • Cirurgia da insuficiência cardíaca (remodelamento ventricular, cirurgia da válvula mitral, implante de cardiofibriladores e ressincronizadores);
  • Implante de marca-passo;
  • Cirurgia das arritmias cardíacas (fibrilação atrial);
  • Doenças do tecido conjuntivo (Síndrome de Marfan);
  • Transplante do coração.

6.3 - Também estamos realizando cirurgias inovadoras tais como:

  • Cirurgia cardíaca minimamente invasiva (videoassistida), sem abertura do osso esterno (cirurgia tradicional);
  • Cirurgia com o coração batendo (sem circulação extracorpórea – sem CEC);
  • Implante de dispositivos mecânicos para assistência circulatória e pulmonar (ventrículo e coração artificial);
  • Endopróteses da aorta.

Estamos comprometidos com a excelência, e o objetivo é fornecer o melhor atendimento aos pacientes e às pessoas envolvidas. A preocupação da equipe é dar todos os subsídios que sejam úteis para todos.

Além de oferecer tecnologia de ponta, a Equipe do Coração conta com o apoio de uma Equipe Médica Interdisciplinar composta por eletro fisiologistas, radiologistas intervencionistas, cirurgiões vasculares, nutricionistas e assistentes sociais. O corpo médico pode, havendo necessidade, abranger outras especialidades médicas, cobrindo atendimento imediato, seja hospitalar ou em domicílio.

Com a abordagem multidisciplinar e a experiência, a Equipe de Cirurgia Cardíaca tem sido reconhecida como uma das mais preparadas, na desenvoltura do atendimento das necessidades das doenças subjacentes e aquelas ligadas à idade.

A Equipe de Cirurgia Cardíaca empenha-se no aprimoramento dinâmico, com avaliação de novos métodos de tratamentos, visando melhor domínio.

Estamos comprometidos com a excelência, e o objetivo é fornecer o melhor atendimento aos pacientes e às pessoas envolvidas. A preocupação da equipe é dar todos os subsídios que sejam úteis para todos.

6.4 - Nós nos comprometemos a:

  • - Coordenar os seus cuidados de saúde;
  • - Explicar os cuidados necessários e o tratamento;
  • - Ouvir todas as suas dúvidas e/ou preocupações;
  • - Perguntar sobre suas preocupações de segurança e tomar medidas para resolvê-las;
  • - Perguntar frequentemente sobre a dor que você sente e mantê-lo o mais confortável possível;
  • - Verificar a sua identificação antes de qualquer tratamento, medicação ou procedimento;
  • - Identificar todas as amostras a ser enviadas para o laboratório em sua presença;
  • - Limpar frequentemente as mãos.

6.5 - Pedimos que você ou seu acompanhante (familiar, amigo ou contratado):

  • - Peça esclarecimentos de algo que não ficou claro;
  • - Fale se você está preocupado com algum procedimento médico e laboratorial;
  • - Verifique as informações pessoais que estão transcritas na pulseira de identificação hospitalar;
  • - Seja claro e completo sobre o seu histórico médico, incluindo todos os medicamentos que utiliza, com dosagens, horários, etc.;
  • - Lave as mãos frequentemente e lembre aos seus visitantes a fazer o mesmo;
  • - Lembre-nos se o que lhe prometemos não está sendo cumprido;
  • - Anote qualquer anormalidade observada, comunicando aos responsáveis: chefia da enfermagem, cirurgião ou assistente cirurgião, administração do hospital. Anote os fatos ocorridos com datas e horários, nomes das pessoas envolvidas e nome das pessoas contatadas.

6.6 - Quem estará cuidando de você no hospital?

  • - Coordenador geral da Cirurgia Cardíaca;
  • - Coordenador de Transplante Cardíaco;
  • - Cirurgiões cardíacos;
  • - Enfermeiros do Centro Cirúrgico;
  • - Técnicos operacionais do Centro Cirúrgico;
  • - Cardiologistas clínico e Médicos residentes;
  • - Anestesiologistas;
  • - Enfermeiros perfusionistas (suporte circulatório mecânico);
  • - Técnicos operacionais perfusionistas;
  • - Enfermeiros instrumentadores;
  • - Técnicos operacionais instrumentadores;
  • - Cardiologistas intensivistas e Médicos residentes (Unidade Coronariana – Uco);
  • - Enfermeiros intensivistas (Unidade Coronariana - UCo);
  • - Cardiologista intervencionista (hemodinâmica);
  • - Enfermeiros intervencionistas (hemodinâmica);
  • - Enfermeiros operacionais do quarto;
  • - Técnicos Operacionais do quarto;
  • - Coordenador do Laboratório de Análises Clínicas;
  • - Enfermeiro do Laboratório de Análises Clínicas;
  • - Técnico do Laboratório de Análises Clínicas;
  • - Coordenador do Banco de Sangue;
  • - Enfermeiro do Banco de Sangue;
  • - Técnico do Banco de Sangue;
  • - Farmacêuticos;
  • - Técnico em farmácia;
  • - Fisioterapeutas;
  • - Médicos radiologistas;
  • - Técnicos radiologistas;
  • - Terapeutas respiratórios;
  • - Nutricionistas;
  • - Psicólogos;
  • - Assistentes Sociais;
  • - Terapeutas Ocupacionais;
  • - Serviço Pastoral;
  • - Médicos coordenadores administrativos (Direção Clínica);
  • - Serviço administrativo hospitalar;
  • - Representantes oficiais do paciente.

“Olhando para trás, foi a escolha da minha vida.

Não é fácil colocar seu coração nas mãos de outras pessoas.

Mas, para mim, a escolha foi clara:

Eu confiei na Equipe Médica que escolhi.”

6.7 – Equipe do Coração:

A Equipe do Coração, como descrito anteriormente, é uma equipe multidisciplinar, coordenada pelo Cirurgião Cardíaco responsável, que atua durante a sua permanência no hospital.

Os cirurgiões que compõem a Equipe do Coração são:



Dr. Melchior Luiz Lima Celular: (027) 99982-6172
Dr. Héber Souza Melo Silva Celular: (027) 98131-2869
Dr. Cesar Quintaes Freitas Lima Filho Celular: (027) 99828-8082

6.8 – Como contatar a Equipe do Coração?

Havendo necessidade de mais informações ou consultoria, por favor, contatar (027) 9982-6172 ou (027) 3335-6300 ou (027) 9999-2898.

6.9 - Segurança dentro do hospital com pertences pessoais:

IMPORTANTE: você deve deixar todos os seus pertences pessoais em sua casa, com sua família.

Sugerimos VEEMENTEMENTE que você não traga pertences pessoais para o hospital.

Trazer grandes somas de dinheiro, telefone celular, tabletes, computadores, joias e/ou cartões de crédito para dentro do hospital é imprudente e desnecessário, podendo gerar situações indesejadas para o paciente e seus familiares.

O hospital não se responsabiliza por quaisquer ocorrências com respeito aos bens acima mencionados, sejam do paciente e/ou dos acompanhantes.

7 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

Aos pacientes, após conhecerem as orientações aqui descritas, poderão acessar o Termo de Consentimento ( que também é fornecido na consulta ) logo abaixo.

Pacientes menores de idade ou maiores de 70 anos precisam da assinatura do responsável, reconhecida em cartório. Após o Termo ser assinado e as assinaturas reconhecidas em Cartório, o Termo deve ser entregue durante consulta.

Acesse aqui para fazer download do Termo de Consentimento

Ao acessa-lo, pressione "Ctrl + P" para impressão.

Índice